Não é a Barra, nem é o Pelourinho, nem mesmo o Elevador Lacerda. Esses cartões postais são encontrados em bairros marginalizados como Plataforma, Alto de Coutos, Paripe e na bela Ilha de Maré. Suas paisagens, sua gente, sua imponência dentro dos limites da Cidade do Salvador da Baia de Todos os Santos. São esses os principais Tesouros Escondidos do Subúrbio Ferroviário de Salvador, mostrados em nossa segunda matéria da série Reportagens Fotográficas de Abril.

“O mar é o melhor vizinho que a natureza deu às cidades que ela mais amou”. De fato, o padre Jesuíta Antônio Vieira estava certíssimo quando afirmou isso no século XVI. E o mar de Coutos é um dos mais belos da cidade.

Os meninos de Paripe pedem passagem, ou melhor, esperam pela subida da maré. Alheios aos problemas de adultos eles vivem no mar a infância deles…

…futuros pescadores? Que nada. Futuros alicerces do amanhã… mas, antes, vão curtindo a boa idade com o que têm de melhor: a praia, a amizade e o sorriso inocente.

O Subúrbio Ferroviário é composto por 19 bairros e estima-se abrigar uma população de quase três mil habitantes… Mas, está fora do mapa turístico de Salvador. Por que será, heim? É por isso que são tesouros escondidos!

Enquanto as mães buscam atendimento psicológico, espiritual e “alimentar” gratuitos, no Convento do Salvador, em Coutos, a criançada faz força para que tudo dê certo. Ao seu modo, é claro!!!

“Menino que vai pra feira, vender sua laranja pra se alimentar… Comprar laranja doutor, ainda dou uma de quebra pro senhor…”! É, Mariana Aydar… esse aí só quer chupar uma laranjinha e se refrescar em mais um domingão de praia em São Tomé.

A fé é uma das armas desse povo que sofre pela falta de assistência, pelos estereótipos e pela invisibilidade.

Na extensão marítima que vai da Estação de Trem da Calçada até São Tomé de Paripe – 13,5 km – são encontrados riquezas naturais e históricas singulares. Até ruínas são belas!!!

É por isso que tanto se canta: “Eu vim de Ilha de Maré minha senhora, pra fazer samba…”! Ilha de Maré é um refúgio que dispensa comentários. Mas, é válido ressaltar, lá não tem automóveis, nem asfalto, nem edificações… A pequena vila de pescadores parece um paraíso surreal há 30 minutos da “civilização”.

Saborear uma moqueca de siri, ou de camarão, ou de vermelho, curtir o visual e namorar… na tranqüilidade do mar… Essa sim é nossa terra. Salvador é muito mais do que se vê na TV!

Fotos | Cadu Freitas