Queria terminar o ano bem, e bem por isso escolhi o livro conforme a capa: “O lado bom da vida”. Pensei: Um livro com esse título, talvez me traga algo que eu consiga levar para 2016 como aprendizado e como meta.
Eis que não estava tão errada assim. Pat Peoples, é um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele ‘lugar ruim’ (como ele chama o local de tratamento), Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa (ou melhor, sua Ex-esposa), quis que ficassem um ‘tempo separados'(Assim ele chamava o tempo que ele ficaria longe da Nikki).
Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.
No começo achei cansativo, ficar lendo repetidas coisas que ele falava ao decorrer do livro, porém, depois de alguns capítulos, comecei a enxergar de forma diferente, comecei a encarar o livro como vida real. E se por um acaso eu tivesse um amigo que passasse por uma coisa semelhante ao que Pet tem passado ¿ Como eu reagiria¿ como seria capaz de ajudar meu amigo a melhorar¿ dando as costas¿ achando chato conversar com alguém perturbado mentalmente¿ E assim me fiz várias perguntas, que pra ser bem sincera nem tinha pensado nisso em algum momento da minha vida. No livro, o autor Matthew Quick capricha nos detalhes que fazem Pat Peoples parecer um louco, alguém com muitos problemas mentais. A linguagem simplória, repetitiva e aparentemente sem nexo algum, fazem o leitor mergulhar em um universo paralelo que se tem muito a descobrir. E é só.
Há quem diga, inclusive, que a o autor se perdeu na trama, desculpa, mais acho um comentário imaturo e insensível. Só quem conhece o mínimo do poder que a mente tem, pode enfim se infiltrar na estória e entender o pouco que seja, que o autor na verdade trouxe a vida real em palavras escritas. De forma arbitrária talvez, como a vida é para nós em vários momentos, mais de forma muito real também, e sem descuidos.
Na verdade com a leitura passo a reforçar em mim, vontade de ajudar o próximo, sem julgamentos, sem tentar entender talvez o porquê ele vem agindo de forma estranha aos meus olhos. Precisamos respeitar e entender que pessoas são diferentes e tem crises existenciais, que até a própria pessoa desconhece.
E como disse… Não estava tão errada ao pensar que o livro me deixaria uma mensagem para 2016. Sim, deixou! E penso que precisamos cuidar um dos outros com mais frequência e amor, com menos julgamentos e perguntas. Precisamos acreditar, assim como Pat, no lado bom da vida. Sim, a vida tem seu lado bom!
Que seja um 2016 de puro amor para todos nós! Somos todos um só!
“A morte é a prova cabal que a vida é escrota, aleatória e arbitrária, até que se encontre alguém que faça tudo isso fazer sentido, mesmo que apenas temporariamente.” [Pág: 241]