Resolvi começar este ano falando de uma questão primordial no comércio eletrônico mundial, as fotos. Afinal, são elas que mostram ao nosso cliente os nossos produtos, são elas que precisam dar a experiência de loja ao cliente, a foto deve mostrar os detalhes, dar a sensação que estamos tocando o objeto a ser adquirido. Ela é ainda mais importante em lojas de moda, joias ou objetos de decoração.
Percebo, muitas vezes, que o problema não é a foto propriamente dita, ela está lá, mas o tratamento não está adequado, o número de fotos não é suficiente ou ainda não são atualizadas constantemente. Ou seja, pense sempre que para um produto estar no seu estoque sem foto no site, a cada hora ele está te dando prejuízo.
Lembro-me quando assumi a operação de um grande e-commerce nacional, voltado para o setor esportivo, as fotos estavam atrasadas em mais de 60 dias, portanto o custo de armazenagem do produto, já tinha feito a liquidez ir para o ralo.
Para tanto, precisamos da criação de um work-flow que mapeava cada ponto de passagem do cadastro do produto até a publicação. Ao aplicar esse método, notei que o maior problema após o estúdio (que precisou ser totalmente reformulado e ter SLAs rígidos) era o tratamento das imagens, pois nós sabemos que muitas vezes uma foto não traduz exatamente o que é aquele produto, para tanto tínhamos internamente uma grande equipe de tratadores de imagem, porém cada vez eu precisava de mais gente para garantir o SLA.
A solução que fui buscar foi trabalhar no contra fuso horário. Como? Busquei na internet empresas de tratamento fotográfico na Índia (celeiro deste tipo de trabalho), que trabalham para grandes empresas de e-commerce americanas, e após os fotógrafos colocarem suas fotos em uma VPN no final do dia, os indianos começavam o dia de trabalho deles, logo depois que o meu dia acabava aqui.
Pronto! No outro dia, bastava minha equipe de qualidade validar as imagens e elas estavam prontas para “subir”.
Para uma loja como esse grande varejo, essa foi a melhor solução e o melhor de tudo, reduzimos os custos pela metade, pois a nossa equipe interna parou de crescer e pôde se dedicar a muitas outras funções que acabavam ficando para segundo plano, pois o “core”é vender.
Pensem, que cada foto tratada fora do país temos um custo de centavos (depende da negociação), vale muito a pena até para pequenos varejistas que acabam subindo fotos sem o cuidado adequado. Pense nisso!
Para tanto, fique atento aos itens básicos para fotos no e-commerce:
1. Sempre que possível, pense em usar fotos profissionais;
2. Crie um fundo que identifique sua marca ou uma marca d’água, isso tudo fica subliminar na cabeça do seu cliente e traz força à marca (abuse das estratégias de neuromarketing!);
3. Crie um workflow logístico para suas fotos, elas estão intimamente ligadas ao seu custo de armazenagem;
4. Tenha fotos na mesa e fotos humanas ( as fotos “still” mostram melhor os detalhes, mas as fotos em modelos ou que mostram o produto em uso, fazem o consumidor ter noção de proporção e evita que ele vá buscar o produto em uma loja física. E não esqueça que hoje uma foto que mostra as dimensões, é imprescindível;
5. Zoom – aproxime o máximo que puder para o seu consumidor ver os detalhes do objeto;
6. Tratamento é importante, mas não pode ser enganoso, vale ressaltar o brilho, tornar a imagem real, mas não é para disfarçar imperfeições da peca, seja honesto com seu consumidor;
7. Quatro fotos é o número ideal para um produto, pense que a foto é informação e use do bom senso, ouça o seu cliente. Pergunte o que mais ele gostaria de ver no seu site;
8. Fotos 360 graus! Elas mostram todos os detalhes, só fique atendo se ela conversa com todos os sistemas operacionais, veja no Analytics quem mais te visita e fique atento;
9. Vídeos sempre são bem-vindos! O consumidor gosta de ver o produto em uso ou funcionando;
10. Pense sempre no custo! Foto é o principal fator para conversão no comércio eletrônico, por isso o investimento é muito importante.
Boas vendas!
*Por Fátima Bana – Consultora em marketing digital, e-commerce e comportamento do consumidor, Fátima é mestre em comportamento digital do consumidor pela UCLA/USA. Certificada EFMD (European Foundation for Management Development) com o selo CEL. Mais de 10 anos de experiência em estratégia e inteligência de marketing digital e offline no varejo. Pós-graduada em comunicação com o mercado pela ESPM. Possui diversos cursos de especialização e MBAs, entre eles: neuromarketing, varejo, e-commerce marketing, branding e pricing, ballanced scorecard, omni-channel, entre outros, sempre realizados nas melhores instituições de ensino do país e do exterior (ESPM, UCLA, Harvard, FGV…).