No mês da Consciência Negra, o Novembro Negro, alunos da redes pública estadual jogam luz no combate ao racismo…
Uma escola transformada em um grande teatro. É nesta perspectiva que o Colégio Estadual Dona Leonor Calmon, no bairro de Fazenda Grande II, em Salvador realizará, na sexta-feira, 18 de novembro, o III Festival de Teatro Estudantil. Durante os três turnos, todos os estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), irão apresentar encenações inspiradas na Conspiração dos Alfaiates. Trata-se da culminância do projeto interdisciplinar sobre racismo, trabalhado ao longo do ano letivo e que marca as comemorações do Novembro Negro na unidade escolar.
Ao todo serão apresentadas 28 cenas, livremente inspiradas na Conspiração dos Alfaiates – ou Revolta dos Búzios –, que teve à frente um grupo de ex-escravos, alguns deles soldados e alfaiates de ofício, cujas reivindicações incluíam não só a independência do Brasil, como as igualdades social e racial, bem como a liberdade de expressão. Cada turma irá apresentar uma cena de 15 minutos e concorrerão, entre si, aos prêmios de Melhor Turma, Texto, Diretor, Ator, Atriz, Cenário, Figurino e Maquiagem, Imprensa, Produção e Revelação.
O professor de artes cênicas e orientador do projeto, Natan Marreiro, fala sobre a importância do projeto para o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e para o pertencimento da identidade étnico-racial. “Trata-se de um episódio muito importante e que muitos baianos desconhecem. Envolveu o ano de 1798, que foi marcado pelo dia 8 de novembro, quando os quatro líderes da rebelião foram enforcados na Praça da Piedade, em Salvador, e suas cabeças expostas ao público. Através do teatro, os estudantes estão contando a história do seu jeito”, afirma Natan.