Se você acha que domina todos os recursos oferecidos pela Internet como redes sociais, jogos e compras online saiba que existe um mundo ainda desconhecido por muitos usuários da grande rede. As páginas da web que conseguimos acessar com navegadores comuns como Google Chrome, Mozzila Firefox ou Internet Explorer pertencem a Surface Web, onde essas páginas podem ser indexadas por mecanismos de busca comum como Yahoo!, Bing e Google. Isso tudo é apenas a ponta do iceberg, na qual a maior parte do seu conteúdo encontra-se submerso. A esse mundo obscuro dá-se o nome de Deep Web.

Analogia entre o iceberg e a web. | Foto: Reprodução.

Analogia entre o iceberg e a web. | Foto: Reprodução.

A Deep Web é composta de páginas na web que não podem ser indexadas por motores de busca convencionais, pois todo o acesso, seja de quem fornece o serviço como o de quem procura é criptografado, garantindo assim o anonimato. Na web convencional, tudo que fazemos pode ser facilmente rastreado. Ou seja, a privacidade na rede praticamente não existe. Na Deep Web informação passa por vários pontos até chegar ao seu destino, sendo que em cada ponto há uma decriptografia e uma nova criptografia, permitindo que os computadores na Deep Web, se tornem anônimos.
Com todo esse anonimato, a Deep Web atrai pessoas maliciosas com o intuito de fornecer e acessar conteúdos nada convencionais. Navegando pela Deep Web podem ser encontrados sites de venda de drogas, conteúdo de parafilia (zoofilia e pedofilia), assassinos por encomenda, venda de produtos contrabandeados e números de cartão de crédito roubado, informações pessoais, armas… Um site muito conhecido é o Silk Road, que vende produtos como heroína, maconha, LSD e outras drogas.

Foto do site Silk Road. | Foto:  Reprodução

Foto do site Silk Road. | Foto: Reprodução

Nem só de coisa ruim vive a Deep Web. Podemos encontrar bibliotecas com livros raros – cerca de 50 GB de livros sobre religião, psicologia, informática. Também encontramos músicas e filmes de autores desconhecidos, fóruns de discussão de temas como técnicas de programação e política internacional e sites como Wikileaks e Anonymous que divulgaram respectivamente documentos sigilosos e identidade de pedófilos.
O acesso a Deep Web é feito através do navegador Tor. Ao instalá-lo, ele configura um roteador virtual, o plugin e o navegador.
Dicas de segurança para acessar a Deep Web:
• Tenha um bom antivírus instalado
• Use um firewall
• Patches de segurança atualizados
• Modem 3G, para evitar um ataque a redes locais privadas.

Simbolo do Projeto Tor. | Foto: Reprodução

Simbolo do Projeto Tor. | Foto: Reprodução

Os serviços e produtos oferecidos na Deep Web podem ser adquiridos através de moedas virtuais, sendo a mais utilizada o Bitcoin. O Bitcoin é uma moeda virtual descentralizada que oferece o anonimato necessário para que pessoas comprem de tudo na Deep Web. Para se adquirir Bitcoins pode-se comprá-lo em diversos sites de cambio ou através da mineração. O processo de mineração de Bitcoins se dá por meio da utilização de computadores para realização de cálculos matemáticos, exigindo assim hardwares e softwares específicos. Atualmente, é possível utilizar o Bitcoin na Surface e fora do ambiente virtual. Nos Estados Unidos é possível comprar jogos, softwares, roupas e até comida. Já existem caixas eletrônicos específicos para realização de transações com Bitcoins. Inclusive está prevista para o dia 27 de janeiro a chegada de um caixa eletrônico que converte cédulas de real em Bitcoins. Essa máquina será testada na Campus Party em São Paulo.