Pagotrap ganha espaço na cena soteropolitana
Um novo ritmo musical que é a mistura da percussão com a energia do pagodão baiano, mesclando com o trap, além de trazer referências ao Bahia Bass, vem ganhando ascensão, impulsionando a carreira de novos artistas e conquistando muitos fãs. Esse é o PagoTrap, o novo gênero musical que se tornou o novo som de Salvador e já é o queridinho da capital. Deu pra sentir o gingado daí?
No cenário local, artistas de peso como a banda Attooxxa são referências no que diz respeito à representatividade. O cantor Léo Santana também abriu espaço para o novo ritmo e ”lançou a braba” no seu último clipe, inclusive, com participação da banda Atooxxa. Como um bom tempero baiano, o PagoTrap traz essa fusão e se encaixa perfeitamente com o calor soteropolitano.
Apostando no PagoTrap, a cantora e compositora Maya, que faz parte da nova
geração de músicos baianos em ascensão, também lançou a braba em seu terceiro single de trabalho intitulado ‘Faca Amolada’, incluindo essa sonoridade musical, onde aborda as vivências de uma mulher preta, usadas para estabelecer um discurso empoderado, afirmando sua posição combativa dentro da sociedade, além do gingado baiano que não pode faltar.
De acordo com Maya, a iniciativa de trazer o pagotrap para suas músicas surgiu através do gosto musical passeando pelo hip hop e vertentes do rap (trap), além de mesclar com a sonoridade regional, que é o pagode baiano e carregada de influências da black music como o grupo Underismo, Atooxxa, Larissa Luz e Baiana System. Sendo assim, a cantora juntou a vontade de explorar com fazer acontecer, e mergulhou de cabeça no pagotrap, apesar de ter uma bagagem pop.
‘’Eu conheci o real pagotrap e fiquei envolvida nessa cadeia musical. Na hora veio a vontade de gravar e trazer essa mistura para minhas composições. Eu acho que eu consegui fazer com que essa junção (pagode + trap) ficasse evidente em alguns singles, respeitando a individualidade de cada ritmo’’.
A sonoridade de ‘’Faca Amolada’’ é resultado da parceria firmada entre a cantora, o beatboxer Haidã e o cantor, compositor e produtor musical baiano Faustino Beats, responsável pela captação, mix e master, onde atua na cena desde 2011.
‘’O pagotrap foi um resultado da mistura dos ritmos tradicionais da Bahia, com a influência da música moderna de Atlanta. Os ritmos se encaixam muito bem, abrindo muitas possibilidades para criar canções dançantes e contagiantes, além de ter uma safra maravilhosa de produtores musicais e artistas talentosos explorando essas possibilidades. O movimento tem ganhado força, é bonito de ver’’, ressaltou Faustino.