O filme está disponível até o dia 5 de março, no canal do YouTube do coletivo baiano Maloka Cine & Cia de cinema e vídeo

O amor é uma premissa que marca nossa história com o cinema. Se observarmos bem, os casais icônicos são de narrativas que têm o protagonismo de pessoas heterossexuais. No entanto, o amor não é igual para todos, para alguns ele põe em xeque outros valores, como a família. É com essa reflexão que o longa-metragem baiano “E Se Meus Pais Soubessem?”, está disponível até o dia 5 de março, no YouTube.

Livremente inspirado na peça homônima de 2012, dirigida por Uarlen Becker, o texto dramático ganha as telonas apresentando as inquietações e o despertar para o amor de Felipe e Manuel. Na trama, os dois são colegas de escola e se apaixonam tendo de enfrentar conflitos com a sociedade, a família, e principalmente, consigo mesmos.

Com uma linguagem leve, para adolescentes e adultos, o longa se centra no contexto baiano e destaca a identificação sexual dos protagonistas que lida com a solidão, o bullying e a violência homofóbica. “Creio que para a comunidade LGBTQIA+, é um filme de final com possibilidade de felicidade, ao invés de dor e sofrimento associados ao mundo gay”, antecipa Becker, que roteirizou, dirigiu e produziu a obra para o cinema.

Uarlen, que também atua como a voz do inconsciente do personagem Felipe, conta que fazer o filme foi reunir amigos para contar essa história. “O filme é uma ação entre amigos. A peça não foi adiante por falta de produção. Então escrevi o roteiro, inspirado no enredo da peça, chamei alguns amigos artistas e colegas que atuavam com audiovisual para fazer o filme. Foi um exercício muito divertido”, lembra.

“Não consegui financiamento desde 2014, quando terminamos as filmagens para lançar o produto, Só agora, em plena pandemia, conseguimos terminar e lançar o filme”, explica Uarlen.

Foto: Divulgação

“O filme traz para os nossos lares a certeza de que o amor é amor e ponto, o amor salva vidas, salva histórias”, afirma Gleidson Figueiredo, ator que dá vida a Filipe. “O laboratório de construção do personagem foi um processo de desconstrução e descobertas pessoais, na época lidar com a minha orientação sexual era um dos tabus que eu tinha e o Felipe veio e me lançou no meio do fogo, e falou: aprenda a lidar com isso, seja forte”, conta o ator.

Com duas canções compostas e gravadas exclusivamente para o filme pela cantora Luedji Luna acompanhada do violão de Luís Xisto Dias e arranjos e direção musical de Felipe Nascimento, o longa é um alento para os homoafetivos. “Eu estou muito feliz por esse longa ter sido gravado nas ruas de Salvador, por essa história ter sido contada da forma que ela é contada. Esse filme vai muito além da temática LGBTQIA+, ele vem carregado de magia, resistência, afeto, fé, axé, tudo isso que é Salvador, Bahia!”, descreve Gleidson. Para mais informações, acompanhe o Instagram do coletivo (@malokacine).

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério de Turismo, Governo Federal.

Serviço

Longa metragem – “E Se Meus Pais Soubessem?”
Quando: até 5 de março
Aonde: No canal do YouTube do Maloka Cine & Cia (https://www.youtube.com/channel/UCZuM607-ZEhit5RlUuAzA_Q )
Gratuito