A “noite” começa na verdade a tarde, o mise em place precisa ficar pronto antes das 19h… 21h30 é a hora da chegada dos convidados!
Você, um cardápio para 50 pessoas e sua cozinha. Só isso, vc e mais ninguém… Se vire.
A tensão da narrativa acima foi verídica e recheada de muitos problemas, o final? Feliz!!! Com um belo e-mail de agradecimento no dia seguinte… UFA! Meus amigos cozinheiros podem entender quando falo de tensão… Os meus amigos não cozinheiros podem achar tranquilo, mas meus amigos COZINHEIROS APAIXONADOS PELA PROFISSÃO sabem bem do que eu estou falando.
Foto: Acervo pessoal
O ato de cozinhar, realizar eventos e ou simplesmente servir pessoas que nós amamos envolve muito mais do que ingredientes, técnicas e etiquetas… Para o profissional sério, é ali a maior avaliação que ele pode ter e também é onde ele despeja toda carga emotiva que o levou a essa profissão tão árdua.
Desde a elaboração do cardápio junto ao cliente, a escolha dos ingredientes e a confecção do “plano de guerra” o cozinheiro deposita nessas etapas o compromisso com a sua carreira, com os alimentos e com a arte… Arte no sentido mais amplo, que vai da “dança” das panelas até a estética dos pratos! O compromisso com a carreira trata-se do esmero no cumprimento dos prazos e busca da satisfação total do cliente. E os alimentos… Eles são merecedores do nosso mais profundo respeito.
Envolvendo esse mix de sentimentos e sensações a execução dos pratos acontece praticamente em meio a um transe e a noite corre, quando se olha para o relógio o tempo se foi, os pratos se foram, com eles a fome dos convidados, surgem os sorrisos, críticas e elogios. Um abraço de obrigado da anfitriã da noite e efusivo elogio do homenageado. Nesse momento qualquer cozinheiro vai da terra ao céu! Os olhos brilham e o sentimento de dever cumprido toma conta.
Mas peraí…
Xiiiii…
A cozinha está uma zona, e você está só…
