Fotos: Valter Pontes/ Secom PMS
Reportagem: Joice Pinho e Luciana Silva/ Secom PMS
A Festa de Iemanjá, realizada há mais de um século na capital baiana, ganha uma série de ações de reconhecimento e preservação do patrimônio cultural, promovidas pela Prefeitura de Salvador. O conjunto de iniciativas foi anunciado pelo prefeito Bruno Reis nesta quarta-feira (31), na Colônia de Pesca Z1, no Rio Vermelho – palco principal dos festejos, durante evento que teve por tema “Salvador Cidade Patrimônio”. Também estiveram presentes o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, o secretário de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, dentre outras autoridades municipais, imprensa e população.
A estratégia municipal ocorre em meio à celebração pelos quatro anos do reconhecimento da festa como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador. Uma das ações foram as obras de manutenção da Casa de Iemanjá, realizadas pela Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman).
O prefeito Bruno Reis destacou que a gestão municipal entregou, nesta terça-feira (30), a Colônia de Pescadores do Rio Vermelho e ressaltou as ações que estão sendo realizadas para o setor cultural da cidade, com as inaugurações da Galeria Mercado, no Mercado Modelo, e da Casa das Histórias e Arquivo Público.
Ele também anunciou novos investimentos para a Salvamar. “Estamos com novos equipamentos do Salvamar, que agora vai ter jet ski, já chegaram dois e estamos comprando mais cinco para tomar conta da orla de Salvador. Estes dois já vão estar aqui já auxiliando na entrega do presente na Festa de Iemanjá. São quatro quadriciclos que serão utilizados pelos nossos salva vidas. Agora também vamos utilizar tecnologia e estamos adquirindo drones, que serão utilizados para identificar afogamentos em toda a orla de Salvador”, revelou.
Também foi realizado o lançamento do edital Salvaguarda da Festa de Iemanjá, que vai escolher a empresa que realizará a requalificação de até sete barcos da Colônia Z1 que participam da entrega dos presentes no mar. O investimento é de cerca de R$100 mil, fruto de convênio com o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“O patrimônio material é o patrimônio humano. E o barco é o instrumento que leva o humano ao mar e que conecta o humano à Rainha do Mar. Por isso é simbólico começar a partir da valorização das embarcações. Quando os negros escravizados tiveram sua liberdade, foi no mar, que é a propriedade de Iemanjá e de todos, onde eles encontraram o seu sustento. A oferenda significa isso: é retribuir a Iemanjá naquele momento onde milhões de pessoas ficaram sem emprego e sem pão e foi no mar que eles encontraram o sustento de suas famílias”, disse Hermano Queiroz, superintendente do Iphan.
A ocasião teve, ainda, a assinatura do decreto de Registro Especial do Patrimônio Imaterial do Ofício de Mestre Carpinteiro Naval. O documento reconhece a importância dos artesãos na construção e manutenção das embarcações tradicionais que participam de eventos como as festas de Iemanjá e de Bom Jesus dos Navegantes (1º de janeiro, na Boa Viagem).
Por meio de um termo de colaboração entre a Prefeitura e a Associação Egbé Axé, por meio do edital Salvador Cidade Patrimônio, serão elaborados os planos de salvaguarda para a Festa de Iemanjá, Ofício de Mestres Carpinteiros Navais e demais patrimônios imateriais da cidade. O investimento é de R$1 milhão, com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, e o objetivo é garantir a preservação destas manifestações culturais que fazem parte da identidade de Salvador.
“Com essas ações, a FGM ergue sua bandeira de proteção e promoção da herança cultural, unindo comunidade e instituições num abraço que transcende o tempo. Que a cada maré, o legado se renove, e a alma de Salvador permaneça imortalizada em sua cultura”, afirmou o presidente da FGM, Fernando Guerreiro.
“A gente tem feito diversas ações de preservação, valorização e potencialização do patrimônio. A Festa de Iemanjá, a Casa dos Pescadores são um patrimônio fundamental da nossa cidade, da nossa história. Também acaba sendo uma coisa super importante para o turismo, mas sobretudo por ser um patrimônio da nossa história. Então, hoje, essas ações são de suma importância para a gente seguir reforçando nossa identidade e nossa cultura”, salientou o secretário Pedro Tourinho.