O circo da forma que conhecemos hoje surgiu durante o Império Romano. O primeiro circo famoso foi o Circus Maximus, que teria sido inaugurado no século VI a.C., com uma capacidade média para 150 mil pessoas. Na época a atração principal era a corrida de carruagens, mas com o passar do tempo foram surgindo outras atrações, como as lutas de gladiadores, as apresentações de animais selvagens e de pessoas com habilidades incomuns, como engolidores de fogo.
Com o fim do império dos Césares e o início da era medieval os artistas populares passaram a fazer apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Em 1768, em Londres, foi inaugurado o Anfiteatro Real das Artes, onde as apresentações comuns foram alternadas para chamar a atenção do público. Os números deixaram de ter apenas apresentações equestres e passaram a ter números com palhaços, acrobatas e malabaristas.
O circo chegou ao Brasil por volta de 1830, e aqui se adaptou às condições locais, tornando-se uma das mais importantes manifestações das artes cênicas, por meio das famílias vindas da Europa. Essas famílias se manifestavam em apresentações teatrais. Os ciganos vindos também da Europa, apresentavam-se ao público de cidade em cidade, nos espaços que lhes eram cedidos.
Depois de atingir seu auge na primeira metade do século XX, o circo sofreu as consequências da remodelação das formas tradicionais e perdeu público devido à popularização do cinema e da televisão. Nos anos 80, surgiram iniciativas de revitalização de sua riqueza, obtida graças à apropriação de elementos de diferentes culturas, linguagens artísticas e regionais.
As manifestações artísticas eram de acordo com a aceitação do público, o que não agradava, não era mais mostrado naquela determinada região. Algumas atrações foram adaptadas ao estilo brasileiro. O palhaço europeu, por exemplo, era menos falante, usava a mimica como base, já no Brasil, o palhaço fala muito, utiliza uma comédia mais simples, com coisas do cotidiano, linguagem coloquial e também instrumentos musicais, como o violão.
Modalidades circenses
– Contorcionismo
O contorcionismo já era uma modalidade olímpica na Grécia Antiga há mais de 2 500 anos. Há registros mais antigos, porém, de cerca de 5 500 anos, indicando que, talvez, a prática já fosse usada na China para o treinamento de guerreiros.
– Malabarismo
O malabarismo, segundo os historiadores, teria sido praticado inicialmente em rituais religiosos da antigüidade. Os chineses equilibravam pratos girando-os, enquanto gregos e egípcios utilizavam bolas, depois substituídas por tochas acesas.
– Domadores de Leão
Os primeiros domadores foram guerreiros egípcios, que capturavam animais selvagens nas terras conquistadas, aprendiam a lidar com eles e os traziam à terra natal para apresentá-los em desfiles.
– Equilibrismo
O primeiro relato de equilibrismo na corda bamba data de 108 a.C., na China, quando uma grande festa palaciana, em homenagem a visitantes estrangeiros, apresentou vários números de acrobacia. O impacto foi tamanho que o imperador decidiu realizar espetáculos do gênero todo ano.
– Engolidores de fogo
Os engolidores de fogo apareceram pela primeira vez no Império Romano, nos espetáculos do Circus Maximus, há mais de 2 000 anos. Esses pirófagos costumavam ser nórdicos louros e altos, o que tornava o espetáculo ainda mais exótico.
– Palhaço
Na origem do circo moderno, na Inglaterra do século XVIII, o palhaço e o equilibrismo com piruetas sobre um cavalo eram um só número. O sucesso foi tão grande que ganharam cada vez mais espaço no picadeiro.
– Animais no Circo
Mas o circo não é somente diversão, infelizmente alguns circos maltratam animais em seus shows, forçando-os a treinamentos perigosos, transporte inadequado e má alimentação.
O uso de animais em espetáculos circenses é o tema de 17 projetos de lei em tramitação na Câmara. Quase todos querem proibir a prática. Usar animais em espetáculos já é proibido em nove estados brasileiros (Alagoas, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo). O Projeto de Lei 7291/06 – que está pronto para ser votado no Plenário da Câmara – quer estender a proibição a todo o País.
*EBC