Consulta prévia! Após ser diplomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada, pondo fim à tentativa descabida de um “terceiro turno” – encabeçada por setores da oposição e da mídia -, a presidenta reeleita Dilma Rousseff (PT), habilitada a ser empossada no dia 1º de janeiro, sorridente, anuncia que vai consultar o Ministério Público (MP) antes de escolher os novos ministros de seu governo, cujo apresentação dos nomes deve ocorrer até o próximo dia 29. “Eu consultarei o MP mais uma vez. Para qualquer pessoa que for indicar, eu consultarei”.
Talvez a precaução seja para por em prática o que anunciou na ocasião de sua diplomação, após defender a Petrobras e anunciar uma verdadeira “cruzada” contra a corrupção: “Não podemos fechar os olhos a uma verdade indiscutível. Chegou a hora de o Brasil dar um basta à corrupção”.
A sinalização esperada pelo governo é sobre nomes citados nas delações premiadas de presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga irregularidades em negócios da Petrobras. Durante café da manhã com jornalistas, Dilma lembrou que tem pedido informações ao órgão, mas completou: “Eu só quero que me diga sim ou não. Não quero saber o que eles não podem me dizer”.
Ainda em relação às denúncias envolvendo a estatal, ela informou que vai anunciar, depois dos ministros empossados, o segundo escalão do governo que envolve diretorias de bancos e instâncias consultivas, como o Conselho de Administração da Petrobras.
“Até por consideração com o novo ministro. Sem ter nomeado o ministro de Minas e Energia, como eu indico um conselho que é subordinado a ele?”, explica. Dilma voltou a afirmar que não pretende trocar a presidenta da Petrobras, Graça Foster, e manifestou confiança na atual dirigente da estatal. “Tem que ter prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente. Eu conheço a Graça Foster, sei da sua seriedade e lisura. É importante saber qual é a prova. Não vejo nenhum indício de irregularidade na diretoria da Petrobras”, acrescenta.
A presidenta defende ainda que as investigações continuem, mas classificou como “simplistas” as suspeitas de que Graça Foster sabia das irregularidades por ocupar o maior cargo da empresa. A mesma expressão foi usada para as críticas às indicações políticas de alguns cargos. “Eu não vou demonizar indicações políticas. É de um simplismo grotesco. O problema do Brasil não é se são políticos ou técnicos. Ninguém está acima do bem e do mal”, avalia.
Para Dilma, sobre as denúncias de corrupção na Petrobras, se faz necessário “punir pessoas [envolvidas], não destruir empresas”. E continua: “Estamos enfrentando com destemor, e vamos transformar [o caso] em energia transformadora”. Segundo ela, os órgãos à frente das investigações têm seu aval para “apurar com rigor tudo de errado”, “criar mecanismos que evitem fatos como esse” e “saber apurar, punir”.
*Com informações da Agência Brasil