Hoje o assunto é sério, seríssimooooo!
Sinto-me até em casa ao inseri-lo no âmbito da ‘utilidade pública’!
E é por isso que palavreio em quase versos
Essa falta de senso absoluta
Estou aqui para registrar com indignação
Esse massacrante e diário carnaval antecipado no busão
Um verdadeiro encontro de trios na praça castro Alves
De uma musicalidade que permeia do axé a Nelson Gonçalves
Detectando uma diferença: cada um ouve o que quer e ao mesmo tempo
Obrigando a todos a contemplar desse estrondoso e problemático momento
A ocasião é protagonizada pelos portadores de falta de noção
Que obrigam o povo a participar de um concerto desconsertado pelas sonoridades que divergem de volume e exatidão
A interferência é sua principal característica
E eu sei que existem mil coisas com mais importância e urgência
Mas se houvesse uma conscientização
Que o uso do fone de ouvido quer dizer educação
Tenho a quase completa convicção
Que haveria mais sentido se Pablo fosse ouvido com melhor compreensão
Algumas capitais aderiram ao conceito de catequização
Quem insistir desce do busão
Quem persistir coçará o bolso, viu, cidadão?!
É sempre assim: ou vai, ou racha
E sempre racha!