A 14ª sessão do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas terminou nesta sexta-feira na sede das Nações Unidas. Neste ano, o encontro teve como foco os direitos econômicos, sociais e culturais dos povos nativos, como declarou, na cerimônia de abertura, o vice-secretário-geral da ONU.
Jan Eliasson afirmou que a Declaração da ONU sobre os Povos Indígenas garante o direito das comunidades nativas à educação, à saúde, à água potável e ao saneamento.
Suicídio
Entre os assuntos debatidos estão questões relacionadas à juventude, automutilação e suicídio.
“A discussão do fórum este ano é um tema muito pertinente e recorrente, ele trata do suicídio de jovens indígenas e também a questão de direitos humanos, a violação de direitos humanos. Isso a gente tem muita preocupação, porque isso decorre de um choque cultural que vem ocorrendo há muito tempo. E eu acho que o fato que mais preocupa, que foi o mote dessa nova sessão, é exatamente a preococidade com o vem acontecendo essas questões de saúde mental indígena, como o suicídio”.
Barbieri afirmou que a questão é “cada vez mais recorrente” no Brasil. Ela destacou a questão da “demarcação de terras, do “confinamento” e o que chamou de “choque cultural”.
Semelhanças
A professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Tatiana Azambuja Ujacow também falou à Rádio ONU. Ela mencionou os debates que ocorrem no fórum e as questões discutidas.
“Nós notamos a identidade dos problemas. Eu acho muito interessante porque na maioria das vezes, guardadas as proporções de cada país e suas peculiaridades, nós sabemos que os problemas vem sendo os mesmos. Discute-se suicídio, problema que nós temos no Brasil, problema grave, e tem também no mundo todo. A questão da devastação da natureza, da falta de demarcação de terras, na violação de direitos humanos, então, a gente percebe problemas recorrentes e muito semelhantes no mundo todo que interferem na vida das populações, dos povos indígenas”.
O encontro deste ano reuniu mais de mil representantes e líderes indígenas do mundo inteiro. Nas duas semanas de conferências, palestras e eventos, os participantes discutiram questões sobre os direitos humanos, econômicos, sociais e culturais desses grupos.
*EBC