Suave, a sanfona tecia seu resfulego harmônico na sede do Poder Legislativo baiano e protagonizava a trilha sonora de um pedido feito por antigos e novos forrozeiros, sanfoneiros, repentistas e cordelistas baianos aos parlamentares: a criação de cotas para músicos locais tocarem no São João da Bahia. Nomes de peso do arrastapé baiano, como Zelito Miranda e Del Feliz, encabeçaram o movimento. Os líderes de governo e oposição construirão um projeto de lei suprapartidário, a pedido do presidente Marcelo Nilo (PDT), que será apensado a outro que já tramita na Casa.
“Eu defendo sempre que a maior festa da Bahia é o São João e não o carnaval. Como parlamentar não posso dar pressa a colega deputado, mas pedirei que os líderes do governo e oposição façam uma proposta de projeto de lei suprapartidário, para apreciarmos em plenário”, disse Nilo.
Na Casa, já tramita desde 2012 o Projeto de Lei 19.814/12, de autoria da deputada Luiza Maia (PT), que reserva 70% de vagas para artistas da Bahia em festejos de época. Com a determinação de Nilo, a nova proposta será incorporada à proposição de Luiza. “Me sentirei honrada com isso, pois defendo a valorização da cultura e dos artistas baianos”, afirmou.
Zé Neto (PT), liderança do governo, e Sandro Régis (PMDB), líder da oposição, se comprometeram em dar celeridade para contemplar a demanda dos nossos artistas forrozeiros.
Os parlamentares deverão apresentar o novo projeto dentro de 20 dias. A intensão é estabelecer regras constitucionais que beneficiem os forrozeiros baianos e a riqueza cultural que há no circuito junino.