Tê-la nunca deixou de ser prioridade
No vão mais profundo do órgão pulsante
No ápice da minha improvável fragilidade
Havia a certeza desse amor regenerante

 

Como nasce a fé no que me soa desconhecido?
E por que não crer no que me grita à frente?
Se mais importante que isso é poder ter vivido
Mesmo sem garantias de que será tão diferente?

 

Com a fiúza marota de um homem errante
Dispensei a armadura e entreguei a verdade
E com a dedicação de uma alma fulgurante
Fui granjeado na mais plena e sã reciprocidade

 

Por isso, se esse olhar que hoje se faz tão reluzente
Mira e constrói um amanhã de que tinhas fugido
É só porque aquele amor que nasceu já renitente
Não tem outro fado senão o de ser por nós dividido