A obra, lançado pelo Odara Instituto da Mulher Negra, evidencia a discussão da questão racial dentro das escolas e propõe uma reflexão sobre as estratégias metodológica após 10 anos da Lei 10.639

Como marco reflexivo dos 10 anos da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio o Odara- Instituto da Mulher Negra lança nesta sexta-feira, 06 de dezembro livro Negras (in) Confidencias Bullying não, Isto é racismo!  O lançamento acontecerá no Museu de Arte Sacra durante o Seminário Nacional: “Axé – 10.639 maneiras de vivenciar africanidades”, às 17h.

livro odara

O Livro foi organizado pelas educadoras e ativistas negras Benilda Brito e Valdecir Nascimento e se transformou em uma prova contundente de como os ataques verbais às crianças negras são, essencialmente, a consagração do racismo.  Para as autoras as histórias revelam as vivências raciais de crianças negras na escola. “Cada relato conta de forma particular a experiência dolorosa de toda criança negra no espaço escolar. É preciso escrever sobre isso para que possamos converter nossas escritas e histórias em ferramenta de enfrentamento a educação baseada nas hierarquias sociais,  raciais e de gênero”, afirmou Valdecir Nascimento.

Este ano a Lei 10.639/2003 completa seus 10 anos e sua implementação é um dos desafios a ser enfrentado para diminuir os casos de racismo, opressão e violação da identidade das crianças no ambiente escolar. “Esta publicação tem o propósito de revelar  que a escola é um lugar perigoso para meninas e meninos negros e todos aqueles(as) que não se encaixam nos padrões estabelecidos pela sociedade racista e impressos no ambiente escolar. Após 10 anos da Lei é visível as seqüelas provocadas pelo racismo, que nega, discrimina e exclui crianças negras dentro dos muros da escola.”, declarou Benilda Brito.

O livro é formado por histórias, que marcaram a infância e a vida de mulheres negras de diferentes cantos do país. A publicação é uma realização do Odara em parceria com a Mazza Edições.

Lançamentos coletivos

Na ocasião, também será lançado a publicação Indicadores da Qualidade na Educação – fruto de uma parceria entre a Ação Educativa ,UNICEF, Ministério da Educação (MEC) e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

 

Lei 10.639 é tema de seminário nacional realizado na Bahia

“Axé – 10.639 maneiras de vivenciar africanidades”  é o nome do Seminário Nacional que será realizado  de 06 a 08 de dezembro, em Salvador e Candeias, para homenagear, refletir e debater os dez anos da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.

SACOLA

O Seminário Nacional: “Axé – 10.639 maneiras de vivenciar africanidades”,  tem como objetivo capacitar 150 profissionais da área de educação do país em Educação para Relações Étnico-Raciais e de Gênero. A proposta também visa amenizar as dificuldades encontradas pelas instituições em promover a atualização de seus professores/as de educação básica quanto às relações e identidades de gêneros e a temática étnico-racial, oportunizando aos profissionais de educação discussões, reflexões, vivências e estudos de novas propostas e principalmente aportes didático pedagógicos úteis para a elaboração de planos de trabalhos e de ensino, efetivando a implantação da História e Cultura Africana e Afro-brasileira no currículo escolar.

A implementação da Lei 10.639/03, ainda é um grande desafio e passou a se caracterizar como um passo complementar das políticas públicas de acesso ao ensino superior. Devido a sua interdependência com outras ações, a Lei fortalece o reconhecimento e a auto-estima de crianças e jovens negros (as), que antes estavam desprovidos de referencias heroicos ou míticos para seguir adiante garantindo o acesso, a permanência e o sucesso na escola.