Um recorte da Coleção Claudio Masella, do Acervo Permanente do Centro Cultural Solar Ferrão, Pelourinho, poderá ser visto até o dia 25 de outubro, no Palacete das Artes, localizado no bairro da Graça, em Salvador. Máscaras, tronos, esculturas, estatuetas, instrumentos musicais e utensílios são reunidos na exposição ‘Bahia é África Também’, que integra o projeto #MusEuCurtoArte, de Dinamização de Museus, realizado em parceria pela Fundação Cultural (Funceb) e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), unidades da Secretaria da Cultura do Estado (Secult).

Arte Africana, na coleção de Cláudio Masella. | Foto: Divulgação

Arte Africana, na coleção de Cláudio Masella. | Foto: Divulgação

O público pode visitar a mostra, que reúne parte de um tesouro coletado em 15 países africanos pelo colecionador italiano. A curadoria é do diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, e da diretora dos Museus do Ipac/Dimus, ao qual pertence o Solar Ferrão, Ana Liberato. Na abertura, o secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, recitará o poema ‘Orixás’, de sua própria autoria.

A programação, desenvolvida pela Coordenação de Artes Visuais da Funceb inclui ainda performance do bailarino Clyde Morgan, Cortejo Afro, vídeo com inclusão de trecho de entrevista de Pierre Verger, editado pela Diretoria de Audiovisual (Dimas), da Funceb, e apresentações de alunos do curso técnico em dança da Escola de Dança da Fundação.

Uma turma com 14 alunos de Estudos em Dança Afro Brasileira, do Curso de Educação Profissional Técnico em Dança, da Escola de Dança do Centro de Formação em Artes (CFA), da Funceb, apresenta a coreografia ‘Queima’, da professora, coreógrafa, pesquisadora da dança afro e mestranda Marilza Oliveira. A coreografia, inspirada na divindade do Panteon Africano Obaluae traduz nos corpos marcados pelo cotidiano urbano a solidão do sol que queima a terra, Atotô.

A coreografia ‘Ressignificações’, do formando da Escola de Dança da Funceb, Jaguaracy Mojegbé, é um duo (apresentado pelo autor e por Alex Lago) que tem como princípio mostrar os arquétipos e os sentimentos contidos nos movimentos das danças de origem afro-brasileira, fazendo interfaces com outras linguagens e propondo um novo jeito de se mover.

Arte Africana, na coleção de Cláudio Masella. | Foto: Divulgação

Arte Africana, na coleção de Cláudio Masella. | Foto: Divulgação

Diálogo com diversas linguagens artísticas

Coordenadora de Artes Visuais da Funceb, Lydia Sepúlveda detalha que durante todo o período da exposição “o acervo vai dialogar com diversas linguagens artísticas, a exemplo da dança, música e audiovisual, mostrando, por meio de apresentações e debates, a transversalidade entre elas”. A gestora considera que “o belíssimo e valoroso acervo doado por Claudio Masella ao Ipac fará a sua primeira intinerância, permitindo, assim, que outros públicos possam conhecê-lo e melhor entender a analogia ‘Bahia é África também, a partir de semelhanças, heranças, sincronicidades”.

Além desta primeira iniciativa de Dinamização de Museus no Palacete das Artes, o #MusEuCurtoArte conta com ações de mediação, no Museu de Arte da Bahia (MAB) e vai partir para difusão e ocupação de espaços preservados pelo Ipac, com múltiplas possibilidades de ampliação de conhecimento. Este pensamento atende ao propósito de formação de indivíduos, que é prioridade para as ações da Funceb desenvolvidas por suas coordenações de linguagens artísticas e pelo Centro de Formação em Artes (CFA), numa linha de ação atende ao objetivo do programa de governo Educar para Transformar.