Os tambores rufaram forte. Como um brado de alerta. O sol forte das duas da tarde não afugentou cerca de 200 moradores de São Cristóvão, no sábado, 28 de novembro. A motivação que os reuniu, de branco, em frente à Praça da Matriz do bairro era mais intensa: um clamor pela paz.
Seja pela singela expressão “paz” na plaquinha segura por uma bela menininha, ou pela ação de jovens e adultos, de não se calarem diante dos elevados índices de violência que atemoriza a região. O ato de caminhar unissonos foi lindo de ver.
Quando o povo se une em busca de um objetivo comum, por um bem coletivo, parece uma grande festa. Aquelas pessoas estão cansadas do medo, de não poderem caminhar sossegadas pelas ruas da localidade. Pediram um basta à onda de violência.
A juventude pintou os rostos de branco. O pedido de paz transcendeu a alma. Estava na voz, na dança, no canto, na pele.
A pequena onda branca, só na quantidade, mas imensa na vontade, animação e expressão, foi contagiando os demais moradores por onde passou.
Os tambores dos pequeninos instrumentistas de uma banda percussiva, fruto de um projeto social do lugar, deu ritmo à andança que percorreu as principais vias de São Cristóvão.
Foi uma caminhada pela paz livre, apartidária, mas que agregou escolas, igrejas, feirantes, grupos sociais… Amantes da luta pela paz no bairro, mas também na vida de cada um.
Os moradores levaram cartazes com dizeres “chega de violência” e “São Cristóvão pede Paz”. Há três semana uma senhora de 60 anos, foi brutalmente assassinada, com mais de 13 tiros. A manifestação fez referência a esse é outros crimes recentes ocorridos na localidade.
Jovens da recém criada Pastoral da Comunicação (Pascom), da paróquia de São Cristóvão, foram os motivadores e organizadores do ato.
A esperança que fica é a de que gestos como este contagiem toda a cidade. Precisamos. Mais paz.