Promovido nos últimos três anos pela Prefeitura de Salvador, o polêmico modelo de patrocínio para o Carnaval de Salvador garantiu nesse período, segundo a própria administração pública da capital, R$ 100 milhões de retorno à cidade, para investimento dentro e fora da folia. A fórmula deverá permanecer em 2017. A informação foi anunciada pelo prefeito ACM Neto. O gestor também salientou que, com o fim do contrato com a maior patrocinadora, a cervejaria Schin, que destinou R$ 25 milhões ao Carnaval de 2016, a Prefeitura vai abrir concorrência pública para novas empresas interessadas em investir na folia e na cidade.

Foto: Max Haack

Foto: Max Haack

“Muitas pessoas criticaram a Schin e no modelo que adotamos, mas ela foi parceira da cidade ao acreditar na festa e investir R$25 milhões em 2016”, pontuou ACM Neto, ao salientar que os recursos possibilitaram a viabilização da folia, que tem sido melhor a cada ano, e o que seria aplicado pela Prefeitura será destinado a ações como a construção primeiro Hospital Municipal, que ficará na região de Cajazeiras. “Com a abertura de nova concorrência, qualquer empresa interessada em participar do Carnaval vai ter essa possibilidade, sabendo que terá que investir na cidade para isso. Estamos todos publicamente convidados, inclusive as cervejarias. O que não pode é querer faturar milhões com uma festa desse porte e não querer investir nada em troca. Isso não vamos aceitar”, enfatizou ACM Neto.

O prefeito destacou que, mesmo num momento de crise na economia nacional, a Schin, banco Itaú, Air Europa e a água de Coco Obrigado apostaram no Carnaval de Salvador, destinando, no total, R$35 milhões – toda a festa custou R$50 milhões. “Temos que ressaltar isso. Não adianta querer tirar proveito político fazendo críticas sem fundamento. O modelo do patrocínio do Carnaval será mantido. Salvador não pode abrir mão disso. Quem investiu teve o retorno desejado porque fizemos a melhor festa de todos os tempos e quero agradecer a quem apostou nisso e convidar futuros interessados para fazerem o mesmo”.

Foto: Angelo Pontes

Foto: Angelo Pontes

Turistas e planejamento

Além da arrecadação com patrocínio, o Carnaval proporcionou à cidade retorno também para o setor de serviços. No ramo de hotelaria, por exemplo, a ocupação de leitos nos estabelecimentos próximos aos circuitos da folia foi de 100% e, no geral, a média ficou em 97% no período da festa. Os camarotes privados investiram R$200 milhões durante a folia. “Isso só demonstra que Salvador voltou à moda. Os turistas estão voltando porque estamos investindo na cidade. Quem quiser ser parceiro vai lucrar com isso também, como lucra toda população de Salvador, pois a Prefeitura garante mais recursos para as áreas essenciais e para novos projetos”.

ACM Neto também destacou que o planejamento para a maior festa popular de rua do planeta em 2017 será iniciado já nesta quarta-feira (10), independentemente de quem será o novo gestor da cidade no próximo ano. Para isso, além do modelo de patrocínio, que garante as ações de proteção de marca, também deverá ser ampliado o Expresso Carnaval, que transportou em 2016 cerca de 50 mil pessoas contra 27 mil em relação a 2015, além da melhoria do tráfego da Avenida Centenário – considerado o maior “gargalo” durante a folia. Este ano, mais de um milhão de pessoas curtiram a festa mais perto de casa. O prefeito reforçou ainda o aumento de 10% do número de foliões que utilizaram o transporte público para ir e voltar dos circuitos.