Um dos nomes mais conhecidos na literatura brasileira atual, o escritor, cronista, cartunista e roteirista Luis Fernando Verissimo compelta 80 anos nesta segunda-feira, 26 de setembro. Gaúcho de Porto Alegre, ele nasceu em 1936, filho de Mafalda Verissimo e do também renomado escritor Érico Verissimo. É casado há mais de 40 anos com Lúcia Helena Massa Verissimo, “primeira namorada firme”, nas suas palavras, e tem três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro, além da neta Lucinda.
Nesses 80 anos de vida, Verissimo acumula uma extensa obra, composta por romances, crônicas, textos de ficção e jornalísticos. Com a marca do humor e irreverência – apesar de ser considerado uma pessoa introvertida, de pouca conversa – ele teve passagem pela TV criando quadros para o programa “Planeta dos Homens”, na Rede Globo, e fazendo adaptações para a série “Comédias da Vida Privada”, baseada em livro homônimo de sua autoria.
Antes de enveredar para o mundo das letras, Verissimo queria ser diretor de cinema, como contou no livro “Conversa sobre o Tempo” – uma publicação da editora Agir, de 2010, que reuniu para um grande bate-papo Verissimo e o também escritor Zuenir Ventura, além do jornalista Arthur Dapieve, como mediador.
“Hoje, se me perguntar o que eu gostaria de ser em vez de cronista, eu seria músico certamente. É a coisa que me dá mais prazer. Mas naquela época seria cinema”, declarou Verissimo a Dapieve. Avesso a atividades físicas, ele afirma: “Meu único exercício é soprar o saxofone”.
Sua paixão pela música – toca no conjunto Jazz 6 –, pelo futebol – é torcedor do Internacional – e pela família são traços da personalidade de Verissimo sempre apontadas por quem está em sua convivência.
No jornalismo, Verissimo deixou sua marca em publicações como o jornal Zero Hora, em Porto Alegre, onde começou como copydesk, na década de 1960. Seus textos de ficção e crônicas renderam leitores assíduos em revistas como Playboy, Cláudia, Domingo (do Jornal do Brasil), Veja e em jornais como Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e O Globo.
Entre suas obras mais marcantes está a série Ed Mort (Ed Mort em “Procurando o Silva”, Ed Mort em “Disneyworld Blues”, Ed Mort em “Com a Mão no Milhão”, Ed Mort em “A Conexão Nazista”, Ed Mort em “O Sequestro do Zagueiro Central”, Ed Mort e Outras Histórias), além de “O Gigolô das Palavras”, “O Analista de Bagé”, “A Velhinha de Taubaté”, “Comédias da Vida Privada” e “Humor nos tempos do Collor”, escrito em parceria com Jô Soares e Millôr Fernandes, em 1992.
Seu livro mais recente é a reunião de crônicas feitas em “As Mentiras que as Mulheres Contam”, de 2015, o livro “Os Últimos quartetos de Beethoven”, lançado em 2013, e a obra “Amor Verissimo”, também de 2013, com textos que inspiraram uma série homônima no canal por assinatura GNT.
Na entrevista ao jornalista Arthur Dapieve, no livro “Conversa sobre o Tempo”, Verissimo afirmou, antecipando este momento de luto: “Eu gostaria de ser lembrado como um cara decente. Um cara decente como foi meu pai, decente em todos os sentidos da palavra. E que, sei lá, tocava um blues respeitável”.
Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura e Arthur Dapieve se encontraram no Sem Censura para falar sobre o livro. No bate-papo, ele falou sobre temas como família, religião, sociedade e a morte. Assista a alguns trechos:
Luis Fernando Verissimo conta como se tornou escritor
“Escrever é uma chateação”, diz Luis Fernando Verissimo
Luis Fernando Verissimo fala sobre fama de ser muito calado
“Casamento gay é uma valorização da família”, diz Luis Fernando Verissimo
Luis Fernando Verissimo fala sobre textos que não são de sua autoria
*Antologia do humor, especial “O Analista de Bagé” – programa realizado pela Rádio MEC em, pubicado em julho de 1988. Produção: Maria Luiza Belotti, Lourdes Favila e Leonardo Matheus. Trabalhos técnicos: Ari André