O que faria feliz hoje? Se você parou para pensar em algo que você precisaria ter ou fazer para se dizer feliz, é hora de parar e refletir. Em meio a um mundo onde coisas balizam as nossas ações e anseios, o exercício da reflexão pode nos ser muito útil para (permitam-me o clichê) descobrir a nossa verdadeira razão de viver.
É imprescindível, desde já, reconhecer que o conceito de felicidade é o mais vendido mundo afora. Seja pela propaganda daquele carro de luxo, com o modelo sorridente e vendendo saúde ou pelo instituto médico que leva o nome de uma cidade norte-americana e dá vida à saúde sexual masculina. Não tem jeito. No final das contas, numa sociedade essencialmente capitalista, a felicidade estará eternamente atrelada à aquisição de um produto, uma viagem, um serviço e, não menos importante, à presença de uma pessoa.
A grande questão é desvencilhar-se desse manipulado conceito e conceber a sua própria felicidade. Calma! Não estou dizendo que a saída é ir morar na aldeia hippie ou comprar uma passagem para Tibet (embora valorize o poder do desapego provocado por tais mudanças), mas entender que a sua felicidade não é igual à do vizinho e não deve ser estabelecida a partir de metas. Estas devem existir na nossa vida por uma necessidade natural de crescimento. O perigo vem quando condicionamos a nossa felicidade ao cumprimento dessas metas. Vivemos a cada dia buscando e construindo novas expectativas. Maslow contribuiu significativamente com a administração ao relacionar e hierarquizar as necessidades humanas. Só creio que a autorrealização não deve depender da plenitude das necessidades mais próximas do topo da pirâmide. A felicidade é sempre particular e deve estar “ativa” já no nosso ponto de partida. Por isso, meus caros, o caminho é filtrar as nossas expectativas e desvinculá-las do que entendemos como felicidade.