Poesia a definiu em vida. Agora, lá do céu, do lugar especial reservado àqueles que espalharam amor e esperança aqui na terra, podemos a chamar de estrela guia. O poema abaixo, de autoria da nossa colunista Pró Zu, ou Dona Zuzu, Dona Zuleide, Beiê, foi a forma que o Bahia na Lupa encontrou para homenageá-la. Suas narrativas nos enche de esperança, este é um dos seus grandes legados. Descanse em paz, guerreira!

A Mulher em mim…

É forte o bastante para enfrentar desafios

Transforma-se diante dos obstáculos

Sem perder a essência

 A cada resistência em cada experiência.

Pensa, emociona-se de forma distinta,

Sabe conciliar força e sensibilidade

Traz no peito dor, amor, segredos e esperanças,

É dona da sua própria história.

É parte de uma unidade maior

Tem muita dor, sente-se só,

É poesia, magia, emoção,

Quando afagam o meu coração.

Por vez entristece tal qual terra árida

Que a primavera teima em florescer

Vez ou outra, o coração sem a beleza da primavera,

Sofre as angústias normalíssimas da vida humana.

Chora de alegria, sorrir com tristeza,

Acredita quando ninguém mais acredita

Supera reinventa, não teme desafios,

Espera o que tem que esperar.

É frágil, forte, se perde em palavras,

Por vezes se encontra nelas

Distribui emoção, desbrava caminhos,

Tem prazer em viver apesar dos dissabores.

Por vezes, fadigada, cansada, angustiada, aflita,

Por vezes nenhum temor a assusta

Qual viva chama ardente labareda,

Irrompe para o alto e passa avante.

Aprende a dar significado para tudo na vida

Procura ser otimista, atingir objetivos,

Estabelecer metas, apresentar o melhor de mim,

O melhor de mim é ser “mulher”.

É aprendiz, grito, espanto,

 Chama de transformação

É corpo, força, coração,

Sabe que tudo mudou

É senhora guerreira da dor.

Busca DEUS, a lâmpada que ilumina o universo,

O sol que aquece a vida

Busca força espiritual

Para alcançar a força física e mental.

Vê o tempo estabelecendo-se feito um posseiro

Vê e o recebe com reverência

Estende a mão, a vida a conduz,

Não há dilema na escolha dos rumos.

Prefere o silêncio da dor

Andar nos contrários do tempo

Retroceder nas datas

Voltar à paz do momento.

É assim que eu sou

A mulher em mim pede

Fale de amor

Faz-me ser feliz…

Zuleide Freitas