Alemanha e Gana fizeram mais um grande jogo nesta não menos grande Copa do Mundo no Brasil. Já haviam feito um excelente duelo no mundial da África do Sul, em 2010, quando os europeus venceram por 1 a 0. Desta vez, os comandados de Joachim Löw foram a Fortaleza com o status de bicho papão, depois da goleada impiedosa da estreia – 4 a 0 em cima de Portugal, onde joga, simplesmente, Cristiano Ronaldo.
Os africanos, por sua vez, tropeçaram nos Estados Unidos em Natal, quando sofreram dois gols por pura desatenção, mas fizeram um bom segundo tempo.
Mas a Alemanha não enfrentou as mesmas facilidades da estreia. Sem um centroavante (Muller é um “falso 9”, embora seja um cracaço) de referência na área, bem como desprovido de laterais de origem, o time alemão concentrava suas principais jogadas no meio campo, principalmente com Ozil e Lahm.
Só que além de marcar muito e correr o campo inteiro, Gana contra-atacava com muito perigo, graças as arrancadas de Gyan e Ayew – este último filho do mito Abedi Pelé. Como se não bastasse, por vezes, os ganeses marcavam os alemães no campo inimigo, o que dificultava o qualificado toque de bola dos jogadores mais técnicos.
E o primeiro tempo terminou sem gols no Castelão, em Fortaleza.
Veio o segundo tempo e a Alemanha achou um gol com Gotze, que aproveitou cruzamento de Muller. Um gol curioso, aliás, de joelho. A bola aérea é a maior limitação de Gana.
Com a derrota parcial, Gana praticamente dava adeus às chances de classificação a segunda fase. A Alemanha, por sua vez, garantia-se matematicamente.
Pouco depois, Andre Ayew subiu por trás da zaga alemã e empatou. Gana se empolgou e, em mais um contra-ataque, Gyan bateu forte para vencer Neuer. Gana virava o jogo para cima dos alemães.
E aí Joachim Löw chamou duas cartas do seu variado baralho: seu veterano artilheiro, Klose, 36 anos, e o meia Schweinsteiger. Na adversidade, ambos deram conta do recado.
A Alemanha alçou mais uma bola na área de Gana, houve um desvio de cabeça e a bola sobrou justamente para quem está mais do que acostumado a se posicionar no lugar certo, na hora certa: Klose. O atacante se esticou todo para empatar o jogo, salvando os alemães. De quebra, juntou-se a Ronaldo Nazário como o maior artilheiro da história das Copas: 15 gols – recorde que poderá ser ultrapassado ainda nesta Copa, uma vez que ele terá mais jogos pela frente…
Um empate justo. Mais um grande jogo. E nada está definido no competitivo Grupo G.
A lamentar: pouca gente percebeu, mas, aos sete minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo e correu em direção ao ganês Muntari. A Fifa cortou a cena e não a mostrou nas imagens transmitidas para todo o mundo.