Faz um ano que estreou nas ondas virtuais da internet o Bahia na Lupa, com sua pretensa missão de fazer um jornalismo diferente do lugar comum, naquela saudosa pegada boêmia, de botequim, que dá de ombros à agenda setting ou aos ditames mercadológicos da pauta jornalística conservadora e engessada dos factoides, que nos acometem diuturnamente. Não. O Bahia na Lupa veio para informar sem pressa, com prazer, um prazer quase que sexual. Na veia dos jornalistas mambembes que escrevem neste site de reportagens, o ofício de mostrar contextos culturais, históricos, religiosos e identitários da Bahia e do baiano, amplificados sem estereótipos, por meio de crônicas, artigos, boas fotografias e reportagens especiais. Para provar que, assim como a poesia, o texto jornalístico não precisa de pressa, mas de sabor.
Neste 1º de dezembro de 2014, o Bahia na Lupa completa seu primeiro ano de vida. Mas sua gestação foi maior, antes, foram quase 24 meses de muita resenha, devaneios e calorosas discussões, de sua equipe, em cafés de livrarias badaladas da capital baiana, ou em botecos, regadas a café expresso e chopp. Até que o filho nasceu e tem crescido, mostrado a cara, contribuindo para a desconstrução da imprensa viciada, do pautismo, das notícias negativas e polêmicas superficiais que vendem jornal.
Quase como mosqueteiros fanfarrões, utópicos, mas com pés nos chão – com uma dose assim de paradoxo, típica da profissão -, estamos enfim. Chegamos até aqui. E agora ninguém nos segura. Mesmo ouvindo de alguns ‘especialistas’ que ‘jornalismo de gaveta’, não factual, não diário, não vinga. “Não contavam com nossa astúcia”, para relembrar o eterno Roberto Bolaños, nosso inesquecível Chapolim Colorado, que transcendeu com seu humor ‘tolo’, como outros equivocados tentaram definir.
Nesta data, como todo pai coruja, e neste caso são quatro os pais dessa criança – o analista André Fernandes e os jornalistas Carlos Eduardo Freitas, Danilo Reis e Murilo Gitel -, e nosso babá de luxo, jornalista e super-fotógrafo André Frutuôso, os predicados do filho são exaltados. O nome do site, escolhido, sugere olhar a Bahia de forma amplificada, usando a alegoria metafórica de uma “lupa de aumento”, para identificar detalhes, minúcias, riquezas culturais escondidas ou ignoradas.
Em processo de lapidação, constante, temos caminhado, dando mais espaço as crônicas e até mesmo a poesia, gêneros de texto cada vez mais esquecidos nos meios de comunicação tradicionais. Mas, ao mesmo tempo, antenados. Criado por um grupo de jovens jornalistas e profissionais de marketing e mídias sociais, o projeto está inserido nas mais atuais tendências da comunicação digital.
Nossa lupa de aumento é literário-tecnológica. Apostamos em uma plataforma de software livre juntamente com layout arrojado e responsivo, possibilitando a visualização em diversos dispositivos, sem comprometer o que é mais importante: o conteúdo.
Seguimos caminhando, como eternos aprendizes, tendo bebido de fontes inesgotáveis de conhecimento de um fazer jornalístico desprendido – com contribuições de grandes mestres da academia como Zeca Peixoto, Márcia Guena, Elieser Cézar, Marcos Dias, Zanza Sandes, André Holanda, Goli Guerreiro, Nadja Vlade, Mônica Rodrigues, Alena Cairo…
…ou de ídolos do bom e velho jornalismo literário – Gay Talese, John Hansey, Truman Capote, Fernando Morais, Euclides da Cunha…
Dividimos, enfim, a alegria desta data comemorativa com nossos estimados leitores e leitoras, seguidores no Facebook, colunistas [a quem dedicamos eterna gratidão pela colaboração], familiares e amigos, entusiastas do projeto e incentivadores. Nosso, compromisso, agora, é crescer e melhor informa-los, ao nosso modo, ainda mais. Parabéns a nós. Um salve e vida longa ao Bahia na Lupa!