Cerca de 1,2 mil catadores de resíduos sólidos, sejam eles individuais (mil) ou de cooperativas (180), têm a possibilidade de fazer, gratuitamente, três refeições por dia nas seis centrais de apoio da Ação Ecofolia Solidária – O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente, durante os sete dias do Carnaval de Salvador. Há nove anos, o Ecofolia Solidária recebe apoio do Governo do Estado, que neste carnaval envolve as secretarias de cultura (Secult), Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Além de camisetas padronizadas, eles também recebem equipamentos de proteção individual, como luvas, protetores auditivos, botas e meias. Na manhã desta sexta-feira de Carnaval, os titulares da SJDHDS, Geraldo Reis e da Setre, Álvaro Gomes conferiram de perto o andamento dos trabalhos na Central de Apoio ao Catador localizada no Politeama.
De acordo com Álvaro, “é prioridade do Governo do Estado, uma recomendação do governador Rui Costa, promover o trabalho decente. Portanto, temos investido para que possamos dar dignidade a estes trabalhadores para que eles não fiquem na invisibilidade. O trabalho dos catadores de resíduos sólidos é tão importante quanto o trabalho de qualquer outro trabalhador”.
Ainda de acordo com o titular da Setre, foi firmada uma parceria com a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) para que os catadores possam comercializar o que recolherem a preço de mercado, evitando atravessadores. “Os catadores não precisam vender a mercadoria imediatamente, a um preço baixo. A Desenbahia financia as cooperativas para que elas possam pagar o preço justo pelo material reciclável”.
Na opinião do secretário Geraldo Reis, ao apoiar a Ecofolia, o Poder Executivo evidencia a preocupação com o lado social durante a folia baiana. “É a junção de esforços das secretarias, em parceria com o governo federal, tentando acolher estas pessoas e dando dignidade a elas”.
Além do Politeama, as centrais de apoio estão localizadas na Montanha, Dois de Julho, Barra, Pelourinho e Nordeste de Amaralina. Michele Almeida, diretora e presidente do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia, explica que para participar da ação, basta que os catadores se cadastrem no local. Equipes se revezam no atendimento, que é 24 horas. “A partir do cadastro, temos a noção de quantos catadores passaram pelas centrais, quantos estão com necessidades pessoais, se têm ido ao médico, se já foi cooperativado. Esse diagnóstico é feito durante o Carnaval”.
Nos centrais, além do atendimento pessoal aos catadores, o que eles recolhem das ruas também é pesado e armazenado e, posteriormente, encaminhado às cooperativas de reciclagem.