O presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), disse na sexta-feira, 11 de dezembro, que a atuação do colegiado está focada na ampliação das energias renováveis da matriz energética do Brasil, principalmente a eólica, a solar e a de biomassa.
Painéis solares fotovoltaicos do projeto Rio Capital da Energia/Foto: GERJ/Fotos Públicas
Em um fórum que reuniu a delegação de parlamentares brasileiros na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, Bezerra disse que a diminuição do uso da água (armazenada) para a produção de energia hidrelétrica poderá ainda contribuir para a solução da crise hídrica enfrentada pelo Brasil.
Para ele, a utilização de energias renováveis no fornecimento de energia elétrica, pode chegar a 25% da matriz energética brasileira, até o ano de 2030, e o país tem condições de fazer uma complementaridade perfeita entre a energia hidrelétrica e as energias renováveis, especialmente a energia solar.
A meta brasileira apresentada à COP21 é aumentar a parcela de energias renováveis (além da hídrica) no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030. Além disso, a meta inclui diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo 2005 como ano-base, acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia, reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas.
Água poupada
Bezerra disse que os investimentos do Brasil em combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), projetados para os próximos dez anos, ainda são bastante elevados e acrescentou que, com a ampliação da matriz, o governo brasileiro não só aumentará a oferta de outros tipos de energia à população, como também poupará a água dos reservatórios para o abastecimento humano.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), também presente na conferência de Paris, o acordo vinculante, que deverá ser apresentado neste sábado (12), é muito importante, mas ainda é preciso encontrar meios, mecanismos e recursos em âmbito internacional para financiar a nova legislação.
(Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil)