Tô eu no metrô, linha dois, sentido Acesso Norte. Do meu lado, um rapaz dorme profundamente.
Não se incomoda momento algum com os avisos sonoros a cada parada do trem.
Chegamos ao fim da linha. Todos se levantam e ele permanece ali, imóvel.
Cutuco e digo:
– Chegou, todos precisam sair do trem.
Ele vira pra mim e diz:
– Porra, esse ar condicionado do metrô bateu certo. Se não fosse a senhora, eu não acordava.
E, com essa baianidade, ganhei o dia.