Apesar de todas as conquistas femininas o machismo e o preconceito ainda permanecem e, o quadro se torna ainda mais perverso quando a discriminação parte das próprias mulheres. Quando a presidenta do país diz que a “corrupção é uma senhora bastante idosa neste país e que não poupa ninguém,” (discriminação em dose dupla- contra a mulher e contra a idosa) o que mais se pode esperar?  Que comparação mais infeliz, infame, despropositada. Falta de criatividade e discernimento.

Obra do pintor António Carneiro - 'Sinfonia Azul'. | Foto: Pedro Ribeiro Simões

Obra do pintor António Carneiro – ‘Sinfonia Azul’. | Foto: Pedro Ribeiro Simões

Observando rapidamente parece besteira, nada a ver. Se eu falasse isso talvez ninguém se importaria.  Mas não é o caso, quem abriu a boca para falar foi uma mulher que representa uma nação, um país, e que exige ser chamada de PRESIDENTA.

Originado pelo homem ou pela mulher, o machismo não é justificável. Passou da hora certas atitudes e pensamos serem aniquilados.  Fora de moda, coisa chata, cansativa.

 

Li em um site que o jornalista Daniel Bovolento, do site “Entre Todas as Coisas“, perguntou a quase 50 mulheres no Facebook “quais as atitudes machistas que elas mais sofrem no dia a dia”. A partir das respostas, ele elaborou uma lista com 20 situações encaradas por elas. Separei seis que mais chamaram minha atenção:

  1. Quando as pessoas ainda se surpreendem por ela ser inteligente ou bem sucedida.

    2. Tolerar cantadas grosseiras e piadas invasivas de desconhecidos na rua.

  2. O status de sucesso só existe se ela for casada ou se estiver em um relacionamento. Caso ela esteja solteira depois de algum tempo, ninguém se importa com as conquistas profissionais. Conferem status de “encalhada, mal amada, infeliz” e afins.
  3.  Ter seu direito de expressão comprometido por ser mulher. Ela não pode sair pra balada com as amigas só pra dançar, não pode ter amigos homens e muito mais.

    5. Falar de sexo é algo que causa estranheza. Caso ela fale, é considerada vulgar. Caso utilize jargões ou palavreado mais informal e direto, é julgada porque “isso não é coisa de mulher”.

    6. Não poder reclamar de atitudes machistas que limitam ou ameaçam seu comportamento cotidiano e serem consideradas “chatas, mal comidas, mal amadas, exageradas” quando decidem reclamar.

A lógica da discriminação de gênero, ou seja, diferenciar homens e mulheres é válida, é correta, até porque de fato somos diferentes humanamente falando, e  em diversas características, a fisiológica por exemplo. Mas tornar isso como um instrumento de ofensa e distinção de capacidade, de inteligência já é demais. E sociologicamente falando, somos iguais como cidadãos. Seja macho ou fêmea, não pagamos os mesmos impostos?