Quando falamos em folclore, pensamos logo nos personagens da nossa cultura popular: Saci Pererê, Curupira, Iara, Mula sem cabeça, e outros. Mas a definição da palavra, que é a junção dos termos em inglês folk (povo) e lore(conhecimento) abrange diversas formas de criações culturais: lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, brincadeiras, festas, dialetos.
O folclore é importante na história de todos os povos, pois, por meio desse conjunto, pode-se conhecer a antiga cultura e preservar os costumes. No Brasil, essas tradições são ricas e diversificadas, uma vez que o país é bastante extenso e foi colonizado por uma mistura de povos. O interesse pelo folclore do país nasceu na segunda metade do século XIX. Mas foi na década de 1950 que houve um grande alvoroço e diversos estudos sobre o tema.
A palavra folk-lore foi publicada, pela primeira vez, em artigo do arqueólogo inglês William John Thoms, no dia 22 de agosto de 1846. Para homenagear o estudioso e o uso pioneiro do termo, o dia 22 de agosto passou a ser considerado o Dia do Folclore.
Legislação
No Brasil, o folclore é protegido por lei. Os artigos 215 e 216 da Constituição Federal garantem “o exercício dos direitos culturais” e incentivam “a difusão das manifestações culturais”.
Conheça algumas manifestações culturais que fazem parte do folclore brasileiro:
Personagens
– Boto: Representado por um homem jovem e bonito que encanta mulheres em festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida .
– Iara: Sedutora sereia que enfeitiça os pescadores com sua beleza e canto e os leva para o fundo das águas.
– Saci Pererê: Menino negro de uma perna só que está sempre com seu cachimbo e um gorro vermelho. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso.
– Curupira: Anão de cabelos vermelhos e compridos, e com os pés virados para trás, que protege matas e os animais silvestres.
– Vitória-régia: Princesa que foi transformada em flor quando morreu afogada tentando alcançar a lua no reflexo do lago. Assista a história da lenda, contada por personagem do Igarapé Mágico:
– Bicho Papão: Monstro que se esconde no quarto das crianças mal-educadas (armários, gavetas e debaixo da cama) para assustá-las no meio da noite.
Festas e encenações
– Carnaval: Festa disseminada em todo o Brasil, consolidou-se apenas em meados do século XX e hoje tem diversas variantes regionais, que adotam ritmos e decorações específicos a cada local.
– Congada: É uma festa animada por danças, cantos e música, onde se encena a coroação do Rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas e levantamento de mastros.
– Cavalhadas: Teatralizações dramáticas que envolvem um ou mais animais, respectivamente bois e cavalos. Às vezes o animal é real, como nos rodeios.
– Festa junina: Comemora os santos católicos João Batista, Antônio e Pedro. Caracterizada por fogueiras, balões, quadrinhas e comidas como bolo de fubá, pamonha, pipoca e quentão.
Pratos típicos
– Região Norte: pato no tucupi, açaí, tucunaré na brasa, cuia de tacacá, creme de bacuri e de cupuaçu
– Região Nordeste: buchada, sarapatel, dobradinha, galinha de cabidela, quibebe, carne-de-sol, acarajé, tapioca
– Centro-Oeste: peixes de água doce, pequi, empada, pamonha, guariroba
– Sudeste: pão de queijo, cuscuz, moqueca, feijoada, doce de leite
– Sul: churrasco, carreteiro, chimarrão
Brincadeiras
– Soltar pipa
– Bola de gude
– Pique-pega
– Passa anel
*EBC