Repreendi uma amiga que falava que essa história de ‘impeachment’ está virando uma micagem! Não, querida, fale isso não. Pode ofender os pobres micos. Com certeza eles não estarão lá!… Fora a sátira real, fui xingado por ‘amigos’ de redes sociais por ter me expressado contrário ao movimento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Contra a tentativa descabida de impeachment, não contra o direito constituído de poder protestar. Que fique claro.
Inspirado no respeitado professor Wilson Gomes, escrevi para amigos… “Vai protestar domingo [15]? Ok. Proteste, grite, manifeste, mas jogue limpo. Não confunda insatisfação política com tentativa de golpe contra a democracia. Dilma foi eleita democraticamente pelo voto da maioria dos brasileiros. Reclamar de coisas que não vão bem é um direito constitucional. Afrontar contra a democracia é crime, estupidez e canalhice. Sigamos em paz”!
Quanto a mim, não vou. Não tenho vocação para marionete ou massa de manobra – com a devida ressalva a exceções, sem abranger a todos que lá estarão.
Foi o suficiente para receber de um ‘amigo’ o carinhoso: “Foda-se, petista”!
Depois de reiterar minha heterossexualidade para este ‘amigo’, devolvi: “Defender a democracia e não ser marionete não é sinônimo de ser ‘petista’, meu caro. Mas sim de ter senso crítico e opinião própria”.
É como bem disse Gomes: “Se você planeja ir a algum dos protestos agendados no dia 15 PARA PEDIR O IMPEACHMENT da presidente que a maioria dos eleitores brasileiros acabou de reeleger, a sua pretensão é tão estúpida e o seu propósito é tão antidemocrático que duvido que qualquer argumentação racional e moral possa exercer qualquer efeito sobre sua consciência. Não é com você, portanto, que eu falo”.
O povo votou na eleição passada. Certo ou errado é uma questão subjetiva. E, mais ainda, menos de três meses não dá para avaliar nem um namorico qualquer, quem dirás a complexa conjuntura de um governo que recomeça. Avaliações do governo, no calor do início de investigações da operação Lava Jato, sem aguardar a conclusão dos inquéritos, condenando a todos, é no mínimo leviandade. Ainda mais com o exercício diuturno de desinformação construído pelo jornalismo das famílias Marinho, Frias, Saad e mais uma meia dúzia do mesmo ramo.