A Bahia concentra a maior parte dos parques de energia eólica e solar a serem instalados no país, a partir de 2015 – com previsão de entrada em operação em 2017. Isso porque o estado foi o principal destaque dos empreendimentos das empresas que participaram do leilão de energia de reserva, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no dia 31 de outubro.

Dos 62 projetos vencedores, 30 serão instalados em solo baiano (14 solares e 16 eólicos). Juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW. Os investimentos somam R$ 3,4 bilhões.

Os demais empreendimentos serão distribuídos pelos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Minas Gerais, Goiás, Paraíba e Ceará, somando 31 projetos. No total, considerando os empreendimentos previstos para a Bahia, os investimentos para as duas fontes superam R$ 7 bilhões.

A Bahia foi destaque nas duas fontes, respondendo por 49% da geração de energia dos projetos de eólica (373,5 MW ) e 45% de energia solar (399,6 MW). A expectativa era grande para a energia solar, pois se tratava do primeiro certame que contratou um produto exclusivo da fonte.

O leilão destacou-se pela acirrada disputa pelos empreendimentos fotovoltaicos, que foram ofertados separadamente de outras fontes.

Três empresas venceram os projetos a serem instalados na Bahia, somando investimentos de R$ 2 bilhões. A Enel, que foi a maior vencedora individual do leilão, deve instalar o projeto no município de Tabocas do Brejo Velho, no oeste baiano. Já as empresas Renova Energia e Rio Energy vão instalar os parques em Caetité, na Chapada Diamantina. O município já sedia atualmente o empreendimento Alto Sertão-I, composto por 14 parques, que formam o maior complexo eólico da América Latina, gerido pela Renova Energia.

Entre os novos projetos eólicos, o município volta a sediar novo empreendimento da Renova. As demais empresas vencedoras no setor eólico foram a CEA e o Consórcio Enel-Sowitec, que vão instalar parques em Campo Formoso (Enel-Sowitec), Gentio do Ouro e Xique-Xique (CEA), no semi-árido.

Tais empreendimentos podem ser compreendidos como novas oportunidades econômicas para a Bahia. Mais do que isso: ajudam a diversificar a matriz energética brasileira, tão dependente das hidrelétricas e termoelétricas – essa última fonte extremamente cara e poluente.

Claro que a chegada desses empreendimentos (eólicos e solares) precisa ser acompanhada por toda uma cadeia de valor capaz de garantir a produção tecnológica em solo baiano. Outros fatores importantes, como as linhas de transmissão – responsáveis por levar a energia gerada para a rede elétrica – também precisam estar entregues, a fim de que os atrasos registrados no Brasil nos últimos anos não se repitam, evitando que os parques produzam sem que haja a distribuição para à população, além do consequente prejuízo ao bolso dos contribuintes.

Resolvidas essas questões, a Bahia tem tudo para tornar-se referência nacional na produção de energias renováveis.