Espetáculo teatral foi apresentado gratuitamente ao público há mais de três meses na Concha Acústica do TCA; equipe cobra retorno da Secult estadual

Quem acompanhou as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil na Bahia certamente conferiu ou ouviu falar dos dois dias de apresentação do musical ‘2 de Julho – A Ópera da Independência’, nos dias 21 e 22 de julho deste ano. No entanto, passados mais de três meses, o elenco e a equipe técnica do espetáculo reclama que ainda não foram remunerados pelos seus trabalhos. A peça, realizada pela Dody Só Produções, é uma iniciativa do Governo da Bahia, através da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA).

Apesar de contar com nomes de respaldo nos bastidores, como Gerônimo Santana, diretor musical, e os atores Bárbara Borgga, Evelin Buchegger, Carlos Betão e Marcelo Flores, o grupo denuncia que tem sido tratado com descaso pelas autoridades públicas e pela produção da peça. Segundo a Dody Só Produções, os documentos necessários para o repasse dos cachês já foram fornecidos à Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Sufotur), mas os trabalhadores apontam que as informações são insuficientes.

“Nós, artistas, técnicos, direção e produção do espetáculo ‘2 de Julho – A Ópera da Independência, apresentada ao público da Bahia gratuitamente nas comemorações do bicentenário do 2 de Julho pelo Governo da Bahia, precisamos saber da Secult-BA, da Sufotur e da Secretaria da Fazenda do Governo da Estado (Sefaz), quando seremos pagos pelo nosso trabalho realizado há três meses. Precisamos de uma resposta urgentemente, que seja de respeito e cumprimento ao acordo feito para a realização do trabalho”, reivindica o elenco em nota.

Procurado insistentemente pelos atores e demais prestadores de serviço, Dody Só, que também atuou como o personagem ‘Ninguém’ no enredo, ironizou a situação. “Você quer que eu fabrique uma informação?”, escreveu. Antes disso, o produtor havia garantido à equipe que já recebeu da Sufotur a solicitação da nota e que tinha recebido “telefonemas da Sufotur, me informando que os trâmites estão acontecendo, e em função da intervenção de Ivan e da nossa, darão ‘prioridade’ ao nosso pleito”.

“Sei que não me foi dado uma data, sei da necessidade que bate à nossa porta, mas ainda não me foi dada uma data”, completa a mensagem enviada em um grupo de WhatsApp com toda a equipe. Ivan, ao qual ele se refere no texto, é Ivan Alex Teixeira, assessor no Núcleo de Gestão do Sistema de Defesa Social.