O papa Francisco apresentou nesta quinta-feira, 18 de junho, a encíclica dedicada ao meio ambiente, na qual apela para a responsabilidade de todos na proteção do planeta, “que está sendo destruído”.
Esta é a primeira vez que um papa faz uma encíclica sobre questões ambientais/Fotos Públicas: Benhur Arcayan / Malacañang Photo Bureau
Na audiência geral de quarta-feira (17), Francisco ressaltou que a destruição do meio ambiente prejudica a todos, mas especialmente aos mais pobres. “Por isso, apelo para a responsabilidade, com base no dever que Deus deu ao ser humano na criação: cultivar e proteger o jardim”, alertou.
Francisco convidou todos a receberem com “atitude de abertura” este documento, “de acordo com a doutrina social da Igreja”.
O papa estabelece uma “relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta”, na encíclica Laudato Si [Louvado seja] – Sobre o cuidado da casa comum, divulgada hoje (18) e publicada em português pelas Edições Paulinas.
Mundo interligado
“A relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do paradigma que deriva da tecnologia, a busca de outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a grave responsabilidade da política, a cultura do descartável e a proposta de um novo estilo de vida são os eixos desta encíclica, inspirada na sensibilidade ecológica de Francisco de Assis”, lê-se no Parágrafo 16º do documento papal.
Esta é a primeira vez que um papa faz uma encíclica sobre questões ambientais, reconhecendo-as como “um importantíssimo desafio para a humanidade”, afirma a editora em comunicado.
Dignidade humana
Em janeiro, durante visita pastoral às Filipinas, Francisco demonstrou preocupação com a ecologia, tendo afirmado,que havia a “necessidade de ver, com os olhos da fé, a beleza do plano de salvação de Deus, a ligação entre o ambiente natural e a dignidade da pessoa humana”.
A nova encíclica do pontífice é inspirada no Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, que, em 1979, o papa João Paulo II proclamou Padroeiro dos Ecologistas.
“Urgente apelo”
Para as Edições Paulinas, o documento papal “é um urgente apelo à preservação da Terra e da vida, por meio da qual a Igreja procura também influenciar os trabalhos da próxima Conferência sobre o Clima”, que ocorrerá em dezembro em Paris.
Uma das metas desta cúpula é obter um acordo internacional, que obrigue todas as nações a manter o aquecimento global abaixo dos 2 graus Celsius.
“Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenômeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam”, destaca o Papa Francisco na Encíclica divulgada nesta quinta-feira.
– Conheça o texto da Encíclica na íntegra –