Arte para ressignificar a realidade social de uma comunidade. Esse é o cerne da Cia Engenho da Dança, do bairro da Mata Escura, em Salvador, que vem fazendo brotar pérolas artísticas entre a juventude da localidade. Mas, o que faz essa companhia ser tão especial? Simples de responder. Quem clarifica é o criador e coreógrafo do projeto cultural, o bailarino Johnny Ólliver: “A Engenho desmitifica a imagem de Mata Escura como sendo um bairro violento, o bairro onde fica a penitência Lemos de Brito. Esses jovens mostram para Salvador que a qualidade cultural é a mais bela característica do lugar”.
Mais do que uma máquina de sonhos, para esses jovens, meninos e meninas de periferia, que encantam através do balé de seus corpos, a Engenho é uma máquina que muda realidades sociais. Em ação desde 2009, são 50 bailarinos que compõem o projeto e um currículo que ostenta os espetáculos autorais “Viva Favela”, “Noite de Gala”, “Dança da Casa” e “Eu Sou o Recôncavo”. Este último, um resgate à cultura do Recôncavo baiano, teve apresentações em Salvador, Teodoro Sampaio e Santo Amaro da Purificação.
“A Engenho da Dança é uma família. Os meninos e meninas me chamam de pai. E é o que me sinto realmente, um pai de cada um deles: cobro, dou puxão de orelha, cuido deles. Nossa missão é levar arte e vida para as comunidades, através dos espetáculos, bem como a oportunidade de conhecer o universo de sonho das manifestações artísticas existentes no nosso país e mundo afora”, comenta Ólliver.
Dança no Legislativo
O orgulhoso coreógrafo festejou um recente feito da Cia: se apresentar na Assembleia Legislativa da Bahia, durante a Semana do Servidor Público 2016. “É uma honra para cada um de nós estarmos aqui, trazer nossa arte para essa casa legislativa”, contou.
O Bahia na Lupa acompanhou o evento. Assista vídeo com melhores momentos da apresentação da Cia Engenho da Dança: