Não foi só falta de ética jornalística ou a última cartada para jogar na fossa tudo aquilo que entendemos por jornalismo neste país, o que a Revista Época fez… O artigo publicado pela semanal, intitulado “Dilma e o Sexo”, assinado por um dos editores, o jornalista de 26 anos de ofício, João Luiz Vieira, ultrapassa todos os limites da sanidade mental, mau caratismo e falta de ética jornalística. Pretensamente, como um ‘gurú do amor’, Época atribuiu à suposta “falta de sexo” da presidenta todos os problemas políticos que o país enfrenta.

Foto: Roberto Stuckert Filho

Foto: Roberto Stuckert Filholma, revista

Uma grosseria sem precedentes. Feriu não apenas os direitos sexuais ou a imagem de Dilma Rousseff, mas todas as mulheres. Isso vai além de se o leitor gosta ou não da presidenta, se votou nela ou não, se concorda ou critica as medidas que ela vem tomando neste segundo mandato. É um abuso, é machismo, é imbecilidade irresponsável.

A baixaria da revista, que tem disputado com a revista Veja o posto de pior exemplo de jornalismo nacional, foi tirada do ar, dada a enorme repercussão negativa nas redes sociais. As pessoas reagiram, simpatizantes ou não da presidenta petista. Reagiram. Época arregou. Sem nenhuma errata ou desculpa, tirou a página do ar.

Talvez numa tentativa tão descarada quanto à que motivou a publicação, disfarçar sua canalhice. Mas, graças aos recursos da internet e a inteligência dos leitores, que a revista parece ignorar, houve quem fez print da página. O leitor curioso poder ler o famigerado artigo aqui.

“Não a conheço pessoalmente, nem sei de ninguém que a viu nua, mas é bem provável que sua sexualidade tenha sido subtraída há pelo menos uma década, como que provando exatamente o contrário: poder e sexo precisando se aniquilar”, esculacha, Vieira em trecho do artigo. No final, a baixaria é ainda pior: “Dilma, se fosse seu amigo lhe diria: erotize-se”.