O Livro das Palavras Mal Ditas, obra de estreia de Carollini Assis na literatura, já pelo título desperta curiosidade. São 73 páginas de poemetos, em versos livres e curtos, que deixam ao leitor a interpretação através das elipses e da imaginação. O lançamento será no próximo sábado, 20 de agosto, das 17h às 20h, no Hauss Kafee do ICBA/ Goethe-Institut, no Corredor da Vitória.

 

Capa de 'O Livro das Palavras Mal ditas'

Capa de ‘O Livro das Palavras Mal ditas’

O leitor vai se surpreender com a ousadia e a sensibilidade de quem domina as palavras e as coloca a serviço do prazer feminino, da crítica à santificação da mulher, à submissão e dogmas religiosos, tudo isso perpassando casualidades comuns à natureza humana. “Minha escrita é, toda ela, fruto da minha observação do outro. Eu escuto casos de amor, violências que as mulheres sofrem em seus processos de empoderamento e no dia-a-dia, as dores, alegrias, fragilidades e superação. Trago esse repertório para o livro, tentando traçar um panorama entre três aspectos da natureza feminina que mais me chamam atenção: o religioso, o das relações amorosas e o das casualidades rotineiras”.

Segundo a autora, a inspiração para o título veio da observação de uma amiga a um poema que ela havia escrito. “Ela exclamou que era um poema maldito. Como fã de Hilda Hilst, lembrei de uma frase dela: ‘fico besta quando me entendem’, mas segui. Fiquei na dúvida se a palavra se referia àquilo dito de maneira equivocada ou a algo fadado à maldição. Usando dessa homofonia, trago sentidos também duplos nas poesias. Percebi que o sexo, o autoconhecimento, a descoberta do prazer, ainda são assuntos tabus e malditos. Eu encontrei o meu caminho no desafio de tratar o sexo e o erotismo como reflexão e não apenas como um libelo  ao prazer”, afirma Carollini Assis.
Editado pela baiana Mondrongo, o lançamento de O Livro das Palavras Mal Ditas marca os 5 anos de existência da microeditora, que também lança no mesmo dia os livros “Não se vai sozinho ao paraíso”, de Állex Leilla e “A solidão mais funda”, obra poética de Ângela Vilma.
A autora Carollini Assis. | Foto: Divulgação

A autora Carollini Assis. | Foto: Divulgação

Carollini Assis, que é jornalista por formação, afirma que a escrita sempre esteve presente em sua vida. “Eu transito por linguagens como o jornalismo, o cinema e a literatura, que são divergentes. O livro, por exemplo, tem prefácio de Orlando Senna, que assim como eu trabalhou como jornalista e é escritor e cineasta. Sempre tive certeza que meu caminho é o da escrita, embora seja uma ardorosa admiradora das imagens em movimento. Mas, mesmo no cinema e na televisão escolhi trabalhar com o textual, os roteiros. Portanto, aqui estou, para cumprir meu caminho literário”.

Sobre a autora

Carollini Assis é jornalista formada pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Especialista em Roteiros para Tv e Vídeo, além da televisão e do cinema, sempre flertou com a literatura e com a poesia. Foi diretora da Associação Baiana de Cinema e Vídeo, presidente do Colegiado Setorial do Audiovisual da Bahia. Em 2012, ganhou o Prêmio Lauro de Freitas de Literatura com o conto “O Canto do Silêncio”. Dois livros seus estão no prelo: “A Santa que geme nas estações”, de contos eróticos, e “Produção: entre a comunidade e a televisão”, sobre a atividade de produção para telejornalismo. Atualmente é produtora do Núcleo de Conteúdos Especiais da Tv Aratu/ SBT Bahia.

Conheça mais:

www.mondrongo.com.br

https://www.facebook.com/carolliniassis1307