Ecos da Lavagem do Bonfim em ano eleitoral e de Copa do Mundo na Bahia… A crônica poderia começar com uma anedota disfarçada de drama… Fé, diversidade, devoção, divertimento e… polêmica! A razão da polêmica? Este ano, além da multidão de pessoas e expressões religiosas, culturais e políticas – capítulos tradicionais da festa patrimônio imaterial nacional -, ocorreu uma espécie de “Cortejo Sacro” e “Cortejo “Profano”.
O primeiro saiu mais cedo, antes da caminhada oficial, puxada pelo reitor da Igreja do Bonfim, padre Edson Menezes, e os fiéis do templo. Fato que gerou críticas de alguns. O sacerdote foi acusando de promover “segregação”, logo após a visita do papa Francisco, ano passado, ao Brasil, que clamou por menos desigualdades. Mas o sacerdote argumenta que atendeu um anseio dos fiéis, que resultou na “Lavagem do Corpo e da Alma”.
O segundo e, digamos, oficial, também saiu costumeiramente da Igreja da Conceição da Praia, puxado pelas baianas, pelo povo de santo e pelos adeptos do cortejo aos moldes convencionais, após um ato ecumênico, conduzidos pelos estampidos sonoros das fanfarras e marchas das mais diversas representações da sociedade.
Em meio a este panorama, candidatos as eleições deste ano desfilaram para “testar” suas popularidades com vistas no resultado das urnas, em outubro próximo. O governador do estado, Jaques Wagner, o prefeito de Salvador, ACM Neto, deputados e deputadas e outros políticos também caminharam em meio à baianos e turistas. As manifestações populares de críticas, sobretudo aos políticos, também marcou presença.
Um fato em comum, por conseguinte, uniu todas essas representações que garantem o contexto identitário da Lavagem do Bonfim: A máxima popular que afirma: “Quem tem fé vai a pé”!