Com o álbum, cantor foi habilitado em três categoria do II Prêmio Caymmi de Música – melhor show, música com letra e videoclipe…
Tripulante de um barco que flutua sob as águas calmas de Iemanjá e aporta no centro da Bahia de todas as tribos, em frente ao elevado que leva à ladeira de onde se ouvem os gritos negros, Pelourinho. No teatro, de repente: “Eu me sinto aqüem num ponto d’África”, palavras soam da voz cachoeirense do cantor e compositor Mateus Aleluia e misturam-se “Em todas as línguas de lá/ É, ô Nagô, Zulu, Mali e Congo/ Não me canso de te ensinar”, letra de Africanizar, primeira composição do álbum e show Odisseia Baiana, de Filipe Lorenzo, que irá ocorrer no Sesc Senac Pelourinho, no dia 06 de abril, às 20h.
O interprete, que também é professor de história na comunidade do Calafate, abre seu espetáculo musical informando que “Nós somos filhos do canto e da dança. Seremos somos”. Com oito anos de carreira como cantor e depois de transitar sua poesia musical por outras bandas e formações, canta Prece para mostrar que “Deixa …/ Escorrer pela ladeira o peso da incerteza / … / Seja!/ A Mudança que espera colocar à mesa”.
Em sua Odisseia Baiana, trabalho lançado em outubro de 2016 e que se encontra em criação perene, canta em música homônima que “Não adianto o tempo”, para em seguida declarar: “Não perco a viagem de ser farol”. Farol este que o conecta a ancestralidade, ao amor e a si. Conhecimentos que se transformam em “Tesoura do Desejo”, pelo simples desejo de mudar.
Na proa do barco, cantará para o público conectando-o a este trânsito que é Odisseia Baiana, primeiro álbum independente dele e que já está disponível nas plataformas digitais de música. Com onze faixas, o disco tem direção musical de Paulo Muttti e tem como marca a valorização forte da composição autoral. No show, que terá a presença da comissão julgadora do II Prêmio Caymmi de Música, ano 2017, Filipe Lorenzo lançará duas novas músicas: Diálogo e Ogan Mirim.
“Transitar é o verbo de Odisseia Baiana. Neste show busco um contato mais direto com a plateia e o público terá um papel transversal”, define Filipe Lorenzo, que foi habilitado para concorrer nas categorias melhor show (Odisseia Baiana), melhor música com letra (Prece) e melhor videoclipe (Tesoura do Desejo – com participação de Bruna Barreto), na segunda edição do Caymmi.
“O disco é uma grande viagem acerca da minha carreira e das influências musicais. Odisseia é um trabalho que traz uma concepção de música viva, aberta às linguagens e identidades trazidas pelas pessoas que passaram pelo projeto”, descreve Lorenzo a respeito da concepção do disco, que traz em seus arranjos referências do rock ao samba, do jazz aos ritmos afrobaianos.
O álbum reúne canções autorais de Lorenzo, parcerias com jovens nomes da música baiana – Thiago Lobão, Davi Correia, Daniel Farias, Ian Lasserre, Danilo Fonseca e Gil Camara -, releituras de Gilberto Gil (Serafim) e Alceu Valença (Tesoura do Desejo), ícones da Música Popular Brasileira, e uma canção inédita da dupla de cantores e compositores baianos Antônio Carlos e Jocafi – Mirê-Mirê.
“Desde a concepção do projeto busquei juntar composições minhas com a de compositores e parceiros. São canções que trazem na sua temática um eixo em comum, dos trânsitos, mutações e transformações”, define o músico de 28 anos que já fez parte da banda Panos & Mangas, na qual teve as primeiras experiências como cantor e se desenvolveu como compositor.
Dentre as composições do álbum, a canção escrita por Antônio Carlos e Jocafi é um grande presente para Lorenzo. “Tive a honra de cantar no carnaval pipoca de 2013, em cima de um trio, com esta dupla de cantores e compositores baianos, ícones da música baiana. Criei um laço de amizade e recebi de presente a canção inédita Mirê-Mirê, que abençoa Odisseia Baiana”, declara sorridente o intérprete.
O conceito do álbum é inspirado numa jornada: o percurso de um herói que não vai sozinho, mas acompanhado, passando pelo amor, conflito, solidão e festa. O show tem direção artística da Nave – Plataforma de Lançamento, dos atores e produtores culturais Talis Castro e Daniel Farias.
Com direção musical de Paulo Mutti, que também assume guitarras e violão, o show conta ainda com os músicos Bruno Aranha (piano elétrico), Fábio Gonçalves (baixo) e Sebastian Notini (bateria). O Odisseia Baiana terá participações de Bruna Barreto, Gabriel Rosário e outras que fizeram parte das gravações do álbum. A produção executiva é de Edmilia Barros.
Foram a horizontalidade e a originalidade que levaram Filipe Lorenzo e sua Odisseia Baiana a serem habilitados em três categorias do Prêmio. “É muito positivo saber que o meu trabalho tem despertado o interesse das pessoas. Este ano terei a oportunidade de apresentar o show e concorrer nessa categoria. O palco é onde cada espectador é personagem e construtor daquela história. Estaremos no mesmo barco”, finaliza Lorenzo, que no I Prêmio ganhou nas categorias “Melhor Música” e “Melhor Arranjo”.
Serviço
O quê: Show – Odisseia Baiana, Filipe Lorenzo
Quando: 06 de abril, às 20h00
Onde: Teatro Sesc Senac Pelourinho
Ingressos: R$ 20 (inteira), 40% de meias disponíveis
Ficha Técnica
Paulo Mutti – Arranjos, violão e guitarras
Filipe Lorenzo – voz, violão e guitarra
Sebastian Notini – bateria e percussão
Bruno Aranha – piano elétrico
Fábio Gonçalves – Baixo
Participações: Bruna Barreto, Gabriel Rosário e Gabi Guedes
Direção Artística – Nave Plataforma de Lançamento
Produção executiva – Edmilia Barros
Iluminação e Operação de Luz – Fred Alvin
Cenografia – Flavia Serrano e Samuel Pastor
Projeto gráfico – Italo Marques
Foto de divulgação – Pablo Pires