Produzido pela WW Filmes e Caroá Produções, o longa-metragem “Mulheres da Mata” deve ser lançado em 2024

Com gravações previstas até domingo (19), o documentário em longa-metragem “Mulheres da Mata” vai contar histórias de protagonismo feminino no Quilombo Mata de São José, no Território Quilombola Águas do Velho Chico, em Orocó, Sertão de Pernambuco. Produzido pela WW Filmes e Caroá Produções, a proposta do filme é narrar as diversas facetas da comunidade, através do olhar e da voz das mulheres.

O roteiro propõe retratar o quilombo e falar das várias facetas dessa comunidade a partir das mulheres que a compõem. “Vamos abordar a liderança e empoderamento feminino, a relação das mulheres com a educação escolar quilombola, com o futebol feminino, o enfrentamento ao racismo, a relação com a natureza, o meio ambiente, o rio e a agricultura familiar, além da própria história do quilombo e a ancestralidade. Queremos narrar as particularidades dessa comunidade e da luta pela afirmação da sua existência enquanto território quilombola”, conta Cristiane Crispim, que assina a direção do documentário, junto com Wllyssys Wolfgang.

Os temas norteadores do documentário foram definidos a partir do diálogo com a própria comunidade, que, além de personagem, também participa na produção do filme. “O documentário está proporcionando um momento de visibilidade para a história, a identidade, a luta e a resistência das mulheres quilombolas. Um momento ímpar, no qual as mulheres estão tendo voz e a oportunidade de mostrar a sua forma de se organizar como mulher negra e quilombola, além de mostrar que o quilombo é um lugar de organização, de história e memória, não de escravos”, pontua Maria Senhora Gomes dos Santos, liderança comunitária na Mata de São José e produtora local do documentário.

Produção

O diretor da WW Filmes, Wllyssys Wolfgang, destaca a sua satisfação em dirigir o filme. “A projeção feminina é o ponto forte nesse trabalho e é o que nos motiva. Esse projeto é muito querido porque ele tem muito a ver com o DNA, com a identidade da produtora, que é sertaneja, caatingueira. Ele tem a ver com o que a produtora prega e acredita, que é estampar nossos rostos e a nossa cultura nas TVs do nosso estado, do país e do mundo, levando, de maneira genuína, a nossa identidade plural, de muitas cores, ritmos e perspectivas. E fazer isso com uma equipe 100% regional. Estamos muito felizes”.

A equipe técnica e de produção é composta, predominantemente por profissionais da região do Vale do São Francisco, de Petrolina (PE) e Orocó (PE). Representando o Quilombo Mata de São José, além de Maria Senhora, na produção local e consultoria, também integram a equipe os assistentes Danny Gonçalves, Luzia Gomes e Jonas Brito, formados em uma oficina de audiovisual realizada na comunidade. O filme conta ainda com a direção de Cristiane Crispim e Wllyssys Wolfgang, a direção de produção de Antônio Veronaldo, a assistência de direção de Byanca Alves, a direção de fotografia de Robério Brasileiro, o som direto de Maria Morena, a coordenação de logística de Wyvys Reis, a produção executiva de Camila Rodrigues, a montagem de Fernando Pereira, e o fotógrafo de still é Wanderson Oliveira.

O filme é gravado em resolução 6K e deve ter duração de aproximadamente 50 minutos. A produção foi aprovada no edital Virada Digital da TV Pernambuco (TVPE) – EPC, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de Pernambuco, e financiado pelo Banco Verde (BRDE) e Fundo Setorial Audiovisual (FSA), via Agência Nacional do Cinema (Ancine), do Governo Federal. A previsão é que o documentário seja lançado em meados de 2024, com exibição gratuita na grade de programação da TVPE.