O livro 1968: o ano que não terminou, de autoria do jornalista e escritor Zuenir Ventura, é uma boa indicação de leitura para aqueles que desejarem compreender o que significou ao Brasil aquele período político e cultural. Eram tempos conturbados, pois o país vivia o quarto ano de sua longeva ditadura militar (1964-1985). Em 13 de dezembro, por exemplo, o governo do general Costa e Silva baixou o Ato Institucional Nº 5 (AI-5), que dava poderes absolutos ao presidente da República e suspendia uma série de direitos constitucionais.
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Nos gramados baianos, não era um BaVi que decidiria o campeonato estadual – cena comum nos dias de hoje. Os finalistas do “ano que não terminou” foram Galícia e Fluminense de Feira de Santana. O granadeiro “Demolidor de Campeões” conquistou 18 pontos no octogonal final, um a mais do que o “Touro do Sertão”, o que garantia ao azulino jogar por um empate para levantar a taça.
No dia 15 de setembro, um domingo ensolarado, a Fonte Nova seria o palco da grande final do Campeonato Baiano. Em campo, o Galícia tinha craques como Josias, Nelson Leal e o artilheiro Carlinhos. O Flu de Feira, por sua vez, era comandado por Sapatão, Merrinho e Delorme. Nas arquibancadas da velha Fonte, mais de 20 mil pessoas (19.930 pagantes) testemunhavam o confronto derradeiro.
Em campo, um valente Fluminense pressionou bastante para tirar o placar do zero e reverter a vantagem galiciana, mas naquela tarde nenhuma bola romperia o gol defendido por Dudinha. A defesa granadeira, que ainda tinha Roberto Oliveira, Nelinho, Haroldo e Touro foi intransponível, o que garantiu o quinto título estadual do clube fundado pela colônia espanhola.
A renda da final foi de 75.978 cruzados novos.
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Neste sábado, 20 de fevereiro de 2016, Galícia e Fluminense se enfrentam pela terceira rodada do Campeonato Baiano. O granadeiro lidera a competição, enquanto o touro ocupa o oitavo lugar no geral. Ao todo, são sete títulos estaduais em jogo (cinco do Galícia e dois do Flu).
Para atrair um bom público, a diretoria do Galícia garantiu gratuidade para mulheres, crianças de até 12 anos acompanhada por responsável e idosos a partir de 65 anos. Os demais pagam R$30.
O reencontro com a história será às 16h, no estádio Governador Roberto Santos (Pituaçu).