Profissionalização com sustentabilidade

Painéis, oficinas, rodas de conversas, concurso de meles, experiências gastronômicas e mini-cursos são algumas das atividades oferecidas no I Simpósio de Meliponicultura do Bioma Caatinga, que vai ser realizado na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a 100 km de Salvador-BA. O evento acontece entre os dias 14 e 16 de setembro (de quinta a sábado). As inscrições devem ser feitas pela no site do simpósio, até o dia 13 de setembro, ou pessoalmente, no primeiro dia do evento.

Conhecida como “Portal do Sertão” ou carinhosamente como “Princesa do Sertão”, a cidade de Feira de Santana foi estrategicamente escolhida para sediar o evento, dentre outros motivos, por estar inserida no bioma, ter a universidade (UEFS) considerada uma das melhores nos estudos sobre a Caatinga, inclusive com um herbário conhecido internacionalmente com a maior coleção de conhecimentos sobre a flora desse bioma.

“O evento está sendo considerado um marco na meliponicultura profissional brasileira e mundial, sendo considerado o maior evento unicamente de meliponicultura realizado com 60 palestrantes de todo país, com ênfase em especialistas conhecedores do bioma, dentre eles se destacam 35% de meliponicultores, e 45% de técnicos e 20% de entusiastas”, explica o Dr. em Agronomia Rogério Alves, um dos organizadores o evento.

Organizado pela UEFS e pela associação de produtores de mel, AMAMOS, o simpósio reunirá especialistas, pesquisadores, apicultores, e entusiastas da conservação de várias partes do Brasil para discutir os benefícios e desafios da meliponicultura na região da Caatinga. Um dos objetivos do simpósio é fortalecer a cadeia produtiva da meliponiculturanesse, bioma exclusivamente brasileiro, através dos vários encontros oferecidos no evento.

“Esse evento é um marco histórico na meliponicultura do Brasil. A Bahia foi o primeiro estado a criar uma Lei, sob o nº 13905, de 29 de janeiro de 2018, que atende às necessidades de criação para a meliponicultura. Estamos trazendo profissionalização e sustentabilidade, entendendo nossa diversidade, suas dimensões e seus biomas. O simpósio atende ao propósito de levar profissionalização com conhecimento científico para o criador, pesquisador, estudante ou interessado em conhecer o universo das abelhas sem ferrão. A Bahia continua a fazer história na criação de abelhas”, disse Paulo Souza, coordenador-geral do simpósio.

Com o tema “Meliponicultura: Profissionalização com Sustentabilidade”, o simpósio abordará tópicos importantes, como a diversidade das espécies de abelhas nativas, sua contribuição para a polinização, potencialidade de comercialização de produtos derivados e a manutenção da biodiversidade local.

“A meliponicultura é uma prática tradicional e sustentável que tem se mostrado vital na preservação da Caatinga. Ao contrário das abelhas exóticas (abelhas com ferrão), as espécies nativas não interferem no ecossistema local e, ao mesmo tempo, desempenham um papel crucial na polinização de plantas nativas, ajudando a manter o equilíbrio ecológico. Além disso, a atividade de meliponicultura oferece oportunidades de geração de renda para as comunidades locais, incentivando a conservação da fauna e da flora”, explica o Dr. Gilberto Mendonça, professor pleno do curso de Agronomia da UEFS, e também um dos organizadores do simpósio.

“O tema profissionalização com sustentabilidade estabelece uma diretriz a ser seguida na política pública, seja de cunho de geração de renda ou relacionada com o meio ambiente, desde que o objetivo é desenvolver a atividade que já é praticada desde o século 19 em nosso país, pelas populações rurais, principalmente do Nordeste. As abelhas constituem uma fonte de recursos que o homem não consegue produzir, como a polinização das culturas e plantas nativas e produtos alimentícios medicinais, como o mel, a própolis e o pólen”, completou o professor-doutor Rogério Alves.

A programação do evento ainda conta com concurso de fotografia, festival de curtas sobre abelhas nativas, visitas a meliponários e apresentação de trabalhos científicos. Tudo isso com foco na biodiversidade de abelhas e plantas do bioma Caatinga.

Ao todo, em 3 dias de atividades, serão 60 palestrantes: 41 baianos, seis paulistas, dois pernambucanos, um carioca, dois sergipanos, três amazonenses, um mineiro, um catarinense, um gaúcho, e um americano.

“A introdução de produtores que vivem da atividade, seja como matéria-prima pronta, como o mel, até os serviços com o uso das abelhas na educação ambiental e turismo, até os conhecimentos gerados pelas instituições de pesquisa poderão ser conhecidos através do contato entre os diversos agentes da cadeia produtiva”, explica Rogério Alves.

“O Seminário de Meliponicultura na Caatinga representa uma oportunidade única para fortalecer a conscientização sobre a importância das abelhas nativas e seu papel”, reforça o Dr. Gilberto Mendonça”

A expectativa é que até 600 pessoas inscritas participem do evento, além dos visitantes em geral. O simpósio é também é uma oportunidade do público geral explorar o universo das abelhas e as multifunções delas.

Um dos destaques do evento é o Festival Gourmet, que contará com chefs de cozinha da Bahia, Estados Unidos e Santa Catarina. Os chefs vão demonstrar o uso dos produtos das abelhas nativas sem ferrão em receitas com produtos originários da caatinga e pratos consumidos nas comunidades locais.

O simpósio ainda promove o 1º Festival de curta Metragem sobre abelhas sem ferrão e concursos de fotografias e meles do bioma caatinga.

O mel é um dos protagonistas do evento, e ganha destaque, também, no concurso de meles e na feira de produtos, que vão possibilitar ao público uma experiência com uma verdadeira explosão de sabores. Um passeio sensorial pelas regiões produtivas de mel do bioma caatinga, através de desse produto tão rico.

“O I Simpósio de Meliponicultura do Bioma Caatinga sediará o I Concurso de Meles do Bioma Caatinga como forma de incentivar os meliponicultores a expor seus produtos de qualidade, favorecendo a integração externa e interna de maneira harmoniosa dos diferentes tipos de méis com suas peculiaridades em aromas, sabores, dulçor e coloração, ampliando sensivelmente as possibilidades de vendas, além de criar um apreço e estímulo pela criação das abelhas sem ferrão no Estado da Bahia”, explica Samira da Silva, da Comissão Organizadora e júri técnica responsável pelo concurso dos meles do simpósio.

“A feira de produtos e serviços contará com a presença de meles de várias partes do bioma e também de outros estados, partindo da ideia da meliponicultura como atividade produtiva e mantenedora da qualidade de vida através de produtos e serviços que as abelhas são os agentes”, finaliza o professor-doutor Rogério Alves.

SERVIÇO

EVENTO: I Simpósio de Meliponicultura do Bioma Caatinga

QUANDO: de 14 a 16 de setembro de 2023

LOCAL: Universidade Estadual de Feira de Santana

COMO PARTICIPAR: Inscrições no site do simpósio.

INVESTIMENTO: R$ 70 (estudante) – até 15/08; R$ 110 (público geral) – até 01/09. A partir de 02/09, R$ 120.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA: https://www.even3.com.br/i-simposio-de-meliponicultura-do-bioma-caatinga-334351/

*Há acesso gratuito a algumas atividades. A participação em parte da programação é exclusivamente mediante inscrições prévias.

CONTATO: Rogério Alves – organização do evento | 71 9977-1025