Apresentações gratuitas em Salvador, Alagoinhas e Cachoeira contam com as participações do bloco afro Ilê Aiyê e oficinas da coreógrafa Nildinha Fonseca

Já não era sem tempo de Koanza pegar a estrada e levar seus ensinamentos para outras praças, e o momento foi bem escolhido: o Novembro Negro. A circulação faz parte do projeto Koanza pela Estrada que, além de levar o espetáculo Koanza: do Senegal ao Curuzu, oferece uma Oficina de Dança Afro com a coreógrafa da peça Nildinha Fonseca, ambos com entrada gratuita. A participação especial fica por conta do Ilê Aiyê, com suas bailarinas e pocket show de encerramento liderado pelas cantoras Graça Onasilê e Iana Marucha, reverenciando o reduto de nascimento do bloco afro que é também refúgio de Koanza: o Curuzu.

A paradas da “negona malassombrada” – interpretada pelo seu idealizador e intérprete, o ator Sulivã Bispo – serão nos dias 4 de novembro (sábado), no Teatro Vila Velha, 10 de novembro (sexta-feira) no SESC Alagoinhas, e dia 12 de novembro (domingo), no Cine Theatro Cachoeirano. Tudo começa no palco do Vila Velha. “É um teatro que tem uma história negra, que marca também a presença do Bando de Teatro Olodum, de Márcio Meirelles, que é um dos meus primeiros diretores. Para mim, é um momento também de muita emoção começar lá”, revela o idealizador e intérprete de Koanza, o ator Sulivã Bispo. O espetáculo acontece sempre às 20h. Os ingressos devem ser retirados no Sympla. A produção do projeto Koanza pela Estrada é assinada pela Multi Planejamento Cultural.

Também está inclusa no roteiro a cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, por sua importância histórica e ancestral. Antes, a Makota passa por Alagoinhas, que também tem um marco muito potente para o povo negro. Essa é a primeira edição do projeto, que deve seguir para outros estados, mas claro que tinha que começar pela Bahia “Koanza está finalmente viajando. Muitas pessoas pedem para que esse projeto viaje para que as pessoas possam assistir o espetáculo. É a primeira viagem de Koanza de muitas”, pontua o ator.

Sábia e bem-humorada, Koanza leva a plateia às gargalhadas ao mesmo tempo em que convida a profundas reflexões com suas provocações e ensinamentos. Com uma voz de alcance cada vez mais potente, ela também é estrela da série “Humor Negro”, exibida no Globoplay e Multishow.

Oficinas – O projeto contará com oficinas de dança com Nildinha Fonseca, que traz na sua história o marco de ter sido a primeira bailarina do Balé Folclórico da Bahia. Abertas para qualquer pessoa que goste de dança e que queira resgatar sua memória ancestral, as oficinas valorizam a dança afro enquanto linguagem adotada por Koanza para fortalecer o seu discurso antirracismo e contra a intolerância religiosa. “A gente vai falar muito sobre ancestralidade, principalmente porque é uma linguagem da peça, e também falar da minha trajetória enquanto diretora de cena para teatro e da direção de cena para atores e atrizes”, explica Nildinha Fonseca. As oficinas têm duração de 1 hora e meia e acontecem às 15h com entrada franca.

O espetáculo – Senhora riquíssima nascida no Senegal, bem-sucedida no comércio de jóias e tecidos senegaleses para a diáspora negra, makota (cargo feminino de grande valor no Candomblé), sofisticada e moradora do Corredor da Vitória, em Salvador (BA), Koanza (nome de um rio angolano e da moeda de Angola) – é uma mulher de saberes ancestrais, chique e consciente do mundo desigual em que vivemos, comprometida com um papel ativo na reafricanização das lutas antirracistas na diáspora negra, que ela refina com empenho, elegância e humor.

Em “Koanza: do Senegal ao Curuzu”, a personagem volta à Bahia, após um tempo morando na África, com a missão de combater o crescente domínio do cristianismo dos discursos que se voltam contra os cultos de matriz afro-brasileira. Ao chegar, ela encontra o Brasil imerso em um turbulento processo político e racial, tendo à frente um presidente evangélico. É quando ela se vê desafiada a salvar o Curuzu das mãos da opressão religiosa e política, e encontra muitas dificuldades para tal missão. Diante dessa encruzilhada, surge um espetáculo cômico.

Ao lado do ator Sulivã Bispo em “Koanza: do Senegal ao Curuzu” estão Thiago Romero (Direção), Nildinha Fonseca (Direção de movimento/coreografia), Filipe Mimoso (Direção Musical), Renato Carneiro (Figurino), Guilherme Hunder (Cenário), Alisson de Sá (Iluminação), Beberes (Maquiagem), Larissa Libório (Direção Produção), Bergson Nunes e Sidnaldo Lopes (Assistência de Producão) e Carolina Magalhães (Design/arte).

SERVIÇO:

Koanza: do Senegal ao Curuzu

QUANDO:

04 de novembro (sábado) – Teatro Vila Velha

      Oficina de Dança Afro com Nildinha Fonseca – 15h

      Koanza: do Senegal ao Curuzu – 20h

10 de novembro (sexta) – SESC Alagoinhas

      Oficina de Dança Afro com Nildinha Fonseca – 15h

      Koanza: do Senegal ao Curuzu – 20h

12 de novembro (domingo) – Cine Theatro Cachoeirano

      Oficina de Dança Afro com Nildinha Fonseca – 15h

      Koanza: do Senegal ao Curuzu – 20h

          Entrada franca I Ingressos no Sympla