A próxima capa do semanário satírico francês Charlie Hebdo, vítima de atentado terrorista na última semana, apresenta a caricatura do profeta Maomé segurando um cartaz com a inscrição ‘Je suis Charlie’ (Eu sou Charlie), frase que norteou os protestos em toda França, e com o título: “Tout est pardonné” (Tudo está perdoado).
A capa do jornal foi divulgada no dia 12 de janeiro, dois dias antes da publicação da revista, que sairá dia 14, com uma tiragem de 3 milhões de cópias em vez das habituais 60 mil. A edição especial será traduzida em 16 idiomas.
Esta será a primeira edição desde o ataque contra a redação do semanário ocorrido na semana passada em Paris e que provocou 12 mortes, incluindo quatro cartunistas. No cartum da primeira página da edição especial, que terá um fundo verde, Maomé surge com uma lágrima no olho.
Desde quarta-feira passada registraram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos.
Os atentados começaram com um ataque ao Charlie Hebdo. Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sexta-feira (09), por forças de elite francesas, em Dammartin-en-Goële, nos arredores de Paris.
Na quinta-feira (8), foi morta uma agente da polícia municipal, no sul de Paris. A polícia estabeleceu uma ligação entre os dois jihadistas suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o assassino da policial.
Na sexta-feira, cinco pessoas foram mortas em um mercado Kosher (judaico) do leste de Paris, quando eram mantidas reféns, incluindo o autor do sequestro, Amedy Coulibaly, que foi morto durante a operação policial.
*EBC