O Carnaval acabou, muita gente curtiu, dançou, brincou, coisa e tal. De fato o prefeito foi muito feliz em devolver o espaço da pipoca com atrações dignas e de peso, colocando inclusive até bandas e artistas que têm o costume de sair apenas em blocos. O Carnaval nos bairros pra mim foi uma estratégia excelente para desafogar os circuitos tradicionais, também com atrações bacanas. Na Lapa a polícia deixou disponível apenas uma escada como acesso e nela só subia quem era revistado, também achei um máximo. A pedido do povo: “foi “tudo nosso, nada deles”.

Carnaval de Salvador 2015, no circuito Dodô (Barra/Ondina). | Foto: Raul Golinelli/GovBA

Carnaval de Salvador 2015, no circuito Dodô (Barra/Ondina). | Foto: Raul Golinelli/GovBA

Enfim, apesar da disputa do protagonismo entre Governo e Prefeitura, de quem é dono da festa, na minha visão de foliã, baseada no que presenciei e vi na imprensa, a balança positiva teve ênfase. Não estou aqui pra fazer nenhum balanço da festa, mas vou citar agora coisas negativas que mais chamaram minha atenção.

Foto: Raul Golinelli/GovBA

Foto: Raul Golinelli/GovBA

Proibido fazer xixi na rua. Segundo a Prefeitura foram 2 mil sanitários e 540 mictórios em containers climatizados (não entrei neste, uma fila gigante). Se tinha tudo isso, eu não sei, o fato é que todo mundo ou  a maioria continuou fazendo xixi na rua (presenciei uma criatura mirando na parte de trás do banheiro químico), –  vários banheiros na frente dele, mas preferiu fazer fora, pois os banheiros estavam PODRES, impossibilitados para uso, um nojo, uma asquerosidade de trato visual e olfativa.

Se é pra cumprir a lei, dê suporte. Cadê a manutenção da limpeza? As pessoas entravam, saiam, abrindo a porta num desespero, com os olhos arregalados, procurando ar. Foda!! Eu vivi isso, sei do que estou falando. A começar pelo 2 de fevereiro; uma podridão.

Foto: Raul Golinelli/GovBA

Foto: Manu  Dias/GovBA

 

 

 

 

 

 

Outro fato de destaque: a maior pipoca de todos os tempos foi puxada pela Baianasystem.  No pré-carnaval puxou em média 10 mil pessoas e as televisões nem mostraram, o canal 11 então, nem se fala. Pensei: Aí… uma banda explosiva, que emana uma energia assim… sem igual, um axé efervescente, uma “parada” sem explicação de tão bom que é. Nada! só divulgam o que é conveniente pra eles, a mesmice, os consolidados, a repetição! Não descartemos a consolidação, mas queremos novidade!

Um dado meio estranho: segundo a Secretária de Segurança Pública (SSP) ocorreram apenas dois homicídios.  Numa festa gigantesca dessa? Por dia, morre dezenas em dias normais, imagine numa festa com moradores da cidade mais turistas aglomerados numa mesma região. Bom, eu achei estranho, mas é um dado OFICIAL e por ser OFICIAL torna-se “real”.

Outro dado divulgado pela SSP: brigas nos circuitos tiveram registro inferior este ano. Foram computados três casos em 2015, contra quatro no ano anterior. Hã??? ‘Cuma’???

Foto: Alex Oliveira/Setur

Foto: Alex Oliveira/Setur

E a truculência da PM no meio do povão. Para evitar confusão, muitos apanhavam de graça. Teve até uma coitada que estava parada, olhando o celular quando levou uma porretada sem quê, nem pra quê, do nada.

O “coitado” do Igor Kanário foi perseguido o Carnaval inteiro. Quando ele despontava na esquina a PM seguia em massa, alegando que ele estimula a violência. Só tem empurra – empurra no trio de Kanário em outros não. Antes dele existir não tinha briga não é? Me poupe, me economize.

Atendendo a pedidos, pois “quem manda é povo”, Kanário tocou no Carnaval de Salvador! Nada contra, no entanto, no meio de rumores conflituosos entre município e governo, qualquer marketing é mera coincidência.