Mudança de sexo, afrodescendência, beijo gay, morte… Os amantes de quadrinhos de super-heróis têm saboreado experiências diferentes e polêmicas nas últimas histórias e nos personagens da Marvel e na DC Comics. As mais atuais, o anúncio que neste segundo semestre chegarão às bancas exemplares com um Capitão América negro e com o deus trovão Thor, mulher. Isso mesmo! Antes, as editoras já haviam protagonizado o beijo gay entre Wolverine e Hércules, o romance lésbico da Mulher-Morcego, o Lanterna Verde homossexual, o Batman ficando paraplégico e a morte do Homem Aranha.
Os enredos dos clássicos dos quadrinhos, que fazem sucesso também no cinema, estão sendo recontextualizados. Por força desse suposto esboço de mudanças de paradigmas globais? Alguns fãs, por meio das redes sociais da internet, têm demonstrado insatisfação com o “radicalismo” das mudanças. Mas, as mudanças estão aí e não são exclusividades deste século!
“Este não é She-Thor. Este não é Lady Thor. Este não é Thorita. Este é Thor. Este é o Thor do Universo Marvel. Mas é diferente de qualquer Thor que já vimos antes”, explicou em nota da editora, o roteirista Jason Aaron, responsável pela roupagem nova do personagem. Em outubro, nos EUA, com desenhos de Russel Dauterman, chegará às bancas a versão feminina de Thor. O personagem, por motivos omitidos, não usará mais o poderoso martelo. A intensão de Aaron é atrair mais o público feminino. A versão tradicional foi criada em 1962 Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby.
Uma injeção de “Soro para supersoldados” fará Steve Rogers perder sua força e agilidade, levando-o à aposentadoria. O personagem passará seu escudo e “cargo” ao fiel amigo Falcão, tornando-o o primeiro negro a viver o papel do Capitão América. A luta contra os nazistas, do herói criado nos anos 40 por Stan Lee e Gene Colan, ganhará esse novo contorno.
As polêmicas envolvendo outros personagens em quadrinhos teve seu estopim com a versão gay do Lanterna Verde, revelada na série “Novos 52”, na qual a DC Comics mostra a “origem” dos seus personagens fictícios. Na edição, Lanterna, dono do poderoso anel que o faz controlar o mundo físico, aparece em uma cena com seu namorado.
O romance entre dois super-heróis do mesmo sexo também foi mostrado pela Marvel, na 10ª edição de X-Treme X-Men, de 2013, quando os machões Hércules e Wolverine estrelaram um beijo gay. Antes, em 2006, a DC Comics já havia feito uma revelação bombástica: Mulher-Morcego é lésbica!
No universo “politicamente incorreto” dos quadrinhos, já que estão na moda os “anti-heróis”, Batman, o Homem-Morcego, fica paraplégico quando atingido pelo vilão Bane. A saga da “Queda do Morcego” (Knight Fall) durou cerca de dois anos, publicada nos anos 90. O Super-Homem também morreu e, junto dele, no “além” dos quadrinhos, se encontra o Homem-Aranha, que teve morte anunciada pela Marvel em 2011.