É como estou no presente tempo
Em trânsito, em transe, em movimento,
Sou uma criadora do meu tempo.
Uma mulher.
Evidenciar as vozes que calaram por séculos
Retirar a poeira que as engoliu.
Minha bandeira tem peitos pulando pra fora
Porque o domínio do macho não me come.
Não me comerá.
Sou subversiva e resisto.
Como a Frida, nunca me Kahlarei.
Mais mulheres nesta trincheira
De guerra.
Precisamos da resistência.
Da poesia elétrica dos corpos nus
Nas ruas prontas para o embate.
O mundo precisa da resistência
Das mulheres piradas,
Respondonas e sem rivotril
Da denúncia da submissão machista
Em transe, em movimento, sem salvação.
Estamos em meio ao jogo
Mas não somos ouvidas.
É preciso gritar.
Vozes coloridas e viscerais.
Letras, quadros, pinturas, corpos nus,
Bandeiras, discursos, livros, músicas, performances,
Texto e palavra. Muitas palavras.
Ao dizer que não estamos sós
Resistimos,
Resistiremos sempre.
Ser mulher.
Criadora do seu tempo.
Não se acomodar.
Vozes coloridas e viscerais ressoam
Pelo mundo.
Somos únicas.
Nós somos a armadura do mundo.
Mulheres, resistam!