“Nomofobia”, termo originário do inglês que significa “no-mobile-phobia”, ou seja, a fobia de se ficar sem celular. Pode parecer estranho, mas milhares de pessoas ao redor do mundo já passaram ou passarão por esse problema, que tem a Internet como causa. Mas estar on-line 24 horas por dia parece um caminho sem volta.

Para o pesquisador Eduardo Guedes, especialista em tecnologia, “hoje, você tem dispositivos que leva com você a todo instante. É multiconectado. Está em qualquer lugar, a qualquer hora do dia, conectado à Internet.”

O uso constante da tecnologia faz com que, muitas vezes, os riscos sejam subestimados.

Riscos emocionais, psicológicos e até físicos. A auxiliar de produção Lucélia Paes precisou ser internada numa clínica para tratar do problema: “Eu ficava mexendo com os dedos, imaginava o celular no meu bolso. Eu imaginava o celular embaixo do meu travesseiro.”

Foto: Phil Campbell

Foto: Phil Campbell

 

De acordo com o psicólogo Cristiano Nabuco, “o telefone já não cumpre mais a função daqueles telefones antigos, de se comunicar através da voz. Hoje, você tem rede social, máquina fotográfica, filmadora, GPS, música. Por isso que essa sedução se torna muito maior.”

A tecnologia tem influenciado o ensino, mas algumas escolas tradicionais ainda prezam pela não-utilização de dispositivos tecnológicos na sala de aula. Contudo, já admitem que o uso desses aparelhos pelos jovens é inevitável. Outras instituições acreditam em uma mudança de paradigma, como a Escola Mater Dei, em São Paulo.

Em casa, os pais estão em busca de um caminho. Qual o melhor momento para as crianças começarem a usar tablets, smartphones ou qualquer outro dispositivo tecnológico? A filósofa Viviane Mosé aconselha: “precisamos entender que a tecnologia é uma tsunami que já vem. Não podemos lutar contra ela. Não é possível. Não precisa encher teu filho de tecnologia. Mas entenda que ele está usando, ajude-o a usar melhor.”