Estamos envolvidos em tomadas de decisão em cada segundo de nossas vidas. No começo do dia, já despertamos tendo que decidir se vamos ficar na cama por mais alguns minutos ou não. Se o pé direito vai antes ou depois do esquerdo e tantas outras escolhas que constroem o nosso dia. Cada uma dessas escolhas nos trará ônus e bônus, não necessariamente equilibrados em intensidade e em relevância. Algumas delas serão responsáveis por, não somente compor o nosso dia e contar o nosso passado, como construir os nossos destinos. Ter essa consciência poderá nos trazer uma tranquilidade maior para garantir que estamos tomando o rumo certo.
A ânsia pelo caminho menos tortuoso e mais gratificante sempre será o destempero nessas horas. Sobretudo quando ouvimos a célebre frase: “Cuidado para não se arrepender”. Aliás, “arrepender” é um verbo que aprendemos bem cedo não ser tão gostoso de conjugar. Fomos tão doutrinados com esse temor que há quem diga, de peito aberto e estufado, que não tem nada de que se arrependa nessa vida. Parou para pensar como um ser humano pode ser tão insolente ao ponto de falar algo assim? Será que uma escolha sequer na sua vida não foi infeliz? Será que não entraria numa máquina do tempo para corrigir algo lá atrás?
Quero aqui justamente levantar a bandeira desse verbo. Arrepender pode e deve ser conjugado sem peso nem dor. Reconhecer que fez a pior escolha pode nos ajudar a encontrar ainda mais equilíbrio nos momentos mais críticos da nossa vida. Mais importante que isso é entender que, quando não for possível dar meia volta e pegar o outro caminho que lhe foi ofertado antes, você terá como, com o seu facão e a sua enxada, fazer uma nova estrada, mesmo que ela lhe pareça cheia de buracos e obstáculos.