Série revivendo boas histórias da estrada! Nessas férias de janeiro, o Bahia na Lupa rememora reportagens antigas de alguns roteiros de viagem por nosso imenso território baiano. Gente, lugares, comidas, costumes…
O verde esplendoroso da vegetação local alertava para o bem que o cultivo do cacau ocasionou para a flora do Baixo Sul da Bahia. Mesmo com a famigerada praga da vassoura-de-bruxa, que por décadas assombra os produtores locais, Nova Ibiá, antiga “Tabuleiro”, cidadezinha de pouco mais de 6 mil habitantes, reserva para os viajantes belas paisagens, ornadas com ruínas de antigas fazendas de cacau. O Bahia na Lupa pegou a estrada e foi conhecer o lugar, em mais um ‘Pé na Estrada’.
O município baiano surgiu do desmembramento do vizinho Gandu, mas a ligação entre as duas cidades, tanto no comércio quanto nos costumes, continua forte. Nova Ibiá está encravada, como dizem os moradores e pequenos produtores rurais dali, na região cacaueira da Bahia.
Mas, a origem do local é remota. Se deu no deslocamento de tropeiros mascates, oriundos do Porto de Ituberá, o velho “Santarém”, como narram os livros históricos da biblioteca local. Lá, às margens do Rio Gandu, a tropa de mascates parava para repousar e começou a criar um pequeno vilarejo.
O nome, “Nova Ibiá”, é de origem indígena. Mas o lugarejo já se chamou ‘Tabuleiro’, ‘Pé de Serra de Gandu’ e ‘Vila Lisboa’. A paisagem, além da exuberante e preservada mata, é rodeada de serras.
O cacau, fruto originário da Amazônia, teve plantio iniciado na Fazenda Gavião, propriedade de Manoel Cirilo de Carvalho.
Outro notório coronel da região, Pantaleão, ostentava fama não pelo cacau, mas por ser “perverso”, como recordam antigos moradores.
De sua estirpe, porém, sobraram apenas as ruínas da velha fazenda.