– Corre menino, entra na igreja senão o chicote assombrado vai te surrar!!!

O comentário se espalhou na redondeza e foi motivo de gozação da turma do boteco e de medo dos mais sincréticos rezadeiros lá pras bandas de Ribeira do Pombal, no sertão baiano.

Rezava a lenda que um chicote invisível e mal assombrado pegava de surpresa os desatentos que ficavam a prosear em frente à igreja matriz da localidade.

Imagem: Reprodução/Web

Imagem: Reprodução/Web

Zé das Virgens foi uma das vítimas da assombração. E narra com eloqüência peculiar o causo…

– Oxe, moço, eu tava de prosa com Tônho de Queno quando recebi a primeira bordoada no lombo. Virei pra ver se era brincadeira de algum sujeito abusado, mas tomei foi outra chicotada no meio das ventas. Pense, moço, num medo! Não via nada, só sentia as lapiadas. Tônho ria, pois não via nada, só me enxergava se contorcendo todo, moço! ‘Creindeuspai’, corri foi logo pra igreja e rezei pra santa me livrar daquele encosto!

A estória se espalhou!

O povo, desde então, passou a intensificar as rezas e a lotar a missa das 18h, no domingo, por medo, para não sofrer a sansão ardilosa da ‘assombração guardiã’ da porta da igreja.

Já o padre Isório, vigário do lugar, ria feliz. A cestinha das ofertas vivia cheia de trocados desde que a assombração resolveu dá as caras, digo, assombrar, pela aquela freguesia.